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Assin e Sindipúblicos lançam manifesto em defesa do Incaper

O Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos-ES) e a Associação dos Servidores Públicos do Incaper (Assin) produziram um manifesto em defesa do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e da agricultura familiar capixaba. Os servidores da autarquia estão em greve desde 1 de junho.

No documento, as entidades ressaltam que o Incaper é o principal órgão capixaba de pesquisa aplicada, assistência técnica e extensão rural, responsável pela elaboração e execução de programas e projetos que proporcionam o desenvolvimento rural sustentável no Estado.

Somente em 2015, o instituto atendeu cerca de 60 mil agricultores, por isso, os servidores ressaltam que o órgão deve ter o mínimo de estrutura para prestar atendimento de qualidade.

No entanto, mesmo com a necessidade de investimentos, a autarquia padece com intenso processo de sucateamento, com redução drástica de custeio; sem equipamentos de trabalho, como computadores, impressoras, GPS e gasolina; sem internet de qualidade; com unidades em péssimo estado de conservação; e com salário defasado.

Não bastassem todos os problemas estruturais, os servidores passaram a sofrer tentativas de intimidação por parte do diretor-presidente da autarquia, Marcelo Suzart de Almeida.

Na última quinta-feira (16), Suzart enviou ofício solicitando aos chefes regionais e chefes de departamento que refizessem a frequência dos servidores e a entregassem corrigida, apenas com a presença dos servidores que não compareceram à assembleia geral que aconteceu no dia 30 de maio. A atitude foi vista como tentativa de intimidação e, nesta segunda-feira (20), mais dois chefes de departamento entregaram os cargos, chegando a 50% o índice de chefes que entregaram os cargos na gestão de Marcelo Suzart.

No último ano e meio, seis diretores-presidentes já passaram pela autarquia, o que tem gerado descontinuidade das ações estratégias no momento em que mais os agricultores necessitam do apoio do Incaper devido à grave crise hídrica que assola o Estado.

No manifesto, os servidores pedem a saída de Suzart e do diretor-técnico da autarquia, Mauro Rossoni Júnior. A nomeação de Rossoni, que é um empresário do município de Linhares (norte do Estado), foi considerada arbitrária pelos servidores. Ele foi nomeado no primeiro caso em 50 anos de existência da autarquia em que o cargo passa a ser ocupado por um indicado político em detrimento de um técnico do instituto.

De acordo com informações de servidores do Incaper, Rossoni é um indicado direto do secretário de Estado de Agricultura, Octaciano Neto, e não é funcionário de carreira da autarquia. Eles tentaram reverter a nomeação, porém, sem sucesso. Para eles, é inaceitável a ocupação política do cargo.

O manifesto dos servidores do Incaper foi endossado por 24 sindicatos e entidades representativas de trabalhadores rurais.

A pauta de reivindicações contempla também a formação de um grupo de trabalho visando a revisão imediata do Plano de Carreira dos servidores e para que no prazo de 30 dias apresente projeto orçamentário suficiente para suprir as demandas de recursos do Incaper.

O movimento paredista teve atinge a maioria das fazendas experimentais da autarquia, além da sede do instituto, localizada em Vitória. 

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