Os trabalhadores apontam que o atual presidente do banco, Gilberto Occhi, iniciou uma ofensiva contra os trabalhadores, sendo a mais recente medida a tentativa de acabar com o pagamento de adicional de insalubridade dos avaliadores de penhor. Além dessa medida, a atual gestão da Caixa intensificou o assédio moral, cobrança por metas, fim da incorporação da função após dez anos de trabalho, extinção das Representações de Retaguarda (Rerets) e aumento da escassez de empregados.
Para a diretora do Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES), Lizandre Borges, a principal bandeira do atual gestor do banco, indicado pelo presidente interino Michel Temer, é o enfraquecimento da Caixa enquanto banco público, deixando a instituição pronta para a privatização. Isso se reflete no ataque aos direitos dos bancários e na tentativa de desmoralização da categoria.
A redução nos postos de trabaho da instituição já é uma realidade que afeta aos trabalhadores. Somente nos cinco primeiro meses de 2016, o número de de postos extintos chegou a 1.368 e diz respeito ao Programa de Apoio à Aposentadoria (PAA) da instituição, o que sobrecarrega o trabalho dos bancários nas agências.
Além disso, foi iniciada uma reestruturação na Caixa que, para o Sindibancários, representa o desmonte do banco e foi feita sem diálogo ou negociação com os trabalhadores. Para a entidade, o pano de fundo para a reestruturação é o desmonte da instituição e do papel social dela, com fortalecimento das áreas de negócios para adequação à lógica de mercado.
A reestruturação promove a fusão de unidades de matriz, com a migração de atividades operacionais para centralizadoras e filiais, com graves impactos para os empregados. Coincidentemente, a reestruturação foi anunciada depois de a Caixa ter divulgado lucro líquido de R$ 7,2 milhões em 2015 – um aumento de 0,6% em relação a 2014 – o que, para o sindicato, demonstra que a justificativa econômica não é a razão para as medidas.