Um dos fundadores da Aracruz Celulose (atual Fibria) no Estado, Leopoldo Garcia Brandão, morreu em meados de junho deste ano, no Rio de Janeiro. Ele foi o responsável por gerenciar a implantação da companhia no norte do Estado, em territórios indígenas e quilombolas.
Era Leopoldo quem lidava com as lideranças, principalmente quilombolas do norte do Estado, com propostas de emprego e era bem recebido tanto por indígenas quanto por quilombolas, e consegui levar adiante a implantação da Aracruz nesses territórios.
A empresa, capitaneada por ele, criou um núcleo técnico em busca de eucalipto adequado aos trópicos, já que a árvore é originária de regiões frias, desenvolvendo a técnica da clonagem de eucalipto. No entanto, a clonagem do eucalipto também gerou um fungo, responsável pela entrada em ação dos venenos para controlá-lo.
Além do fungo, a formiga que ataca a planta também não foi controlada, demandando quantidades ainda maiores de veneno para o combate. Para fazer frente a essas pragas foi desenvolvido, inclusive, um cupim transgênico para ajudar na decomposição dos gravetos dos eucaliptos.
O supercupim é resistente aos coquetéis de veneno lançados sobre os eucaliptais. Além de fazer a “faxina”, o cupim transgênico também devora as raízes de outras plantas que tiverem por perto.
Foi o ataque sistêmico às formigas por meio de potentes agrotóxicos que levou à criminalização destes venenos, que com a chuva são carreados para os rios e córregos. Por conta dessa ação da Aracruz Celulose, em 12 anos, desapareceram mais de 156 córregos na região de Aracruz, reduzindo bruscamente a vazão das águas.
O município ainda padece dessa redução, que é constante, assim como também é constante o uso de veneno, que afetou a vida dos rios, com a derrubada de matas ciliares, reduzindo a utilização dos mananciais, que estão envenenados.