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Ressaca no mar aumenta visibilidade da poluição por pó preto em praias

O pó preto, marca registrada da poluição gerada no Complexo de Tubarão, ganha mais visibilidade durante as chamadas ressacas, em que o mar revolto promove uma ressuspensão das partículas de minério de ferro assentadas no fundo, que acabam chegando nas areias da praia. Foi o que aconteceu na última ressaca desse final de semana de julho.

Registros feitos por membros da Associação dos Amigos da Praia de Camburi, umas das entidades que integra a Juntos SOS ES Ambiental, denunciam mais uma vez a poluição do mar e das areias de Camburi, especialmente por minério de ferro e esgoto, o que ocorre há muito tempo. Há vídeos, também, relatando a situação das praias da Serra, como de Carapebus.

A próxima ação será no dia 20 de agosto, com a Maratona 24 horas. Durante um dia e uma noite inteiras, estarão em exposição amostras desses poluentes, incluindo do passivo ambiental da Vale, formado por metais pesados acumulados no fundo do mar, próximo à Ponta de Tubarão, até a década de 1980. Além da Vale, responde pela poluição na Grande Vitória a ArcelorMittal.

As entidades que integram a Juntos têm trabalhado também nas esferas administrativa e jurídica. Os integrantes do grupo realizam denúncias sobre o tema há muitos anos aos órgãos ambientais, mas desde novembro de 2015, o presidente da Juntos, Eraylton Moreschi Junior, faz de duas a quatro denúncias mensais à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), à Ouvidoria-Geral do Estado e ao Instituto Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Iema) cobrando investigação e providências contra a poluição do ar, do mar e das praias da região.

A resposta da Ouvidoria-Geral do Estado tem exatamente o mesmo texto em todas as vezes: “A ação de fiscalização foi registrada por meio de fotografias com o intuito de comparar as imagens atuais com imagens registradas em anos anteriores. A partir desta comparação, foi possível constatar que as manchas escuras encontradas nas praias de Vitoria são de origem natural”.

Tem-se aí, pois, dois absurdos: afirmar que as manchas pretas nas areias são de origem natural – quando até a Polícia federal constatou que se trata de poluição por minério de ferro – e declarar que essa conclusão foi alcançada a partir da comparação de imagens e não por meio de coletas de amostras e análises laboratoriais.A última vez que o órgão copiou e colou o texto para responder à denúncia da sociedade civil foi no final do último mês de junho.

Já a resposta da Semmam, também repetitiva, informa que o órgão realizou coletas de três amostras, em fevereiro deste ano, mas que ainda não há conclusões, sendo necessário mais monitoramentos.

O Ministério Público Estadual ainda é aguardado para se manifestar, principalmente após protocolização, pela Juntos, de quatro requerimentos, até agora também sem providências.

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