Na mesma semana em que a Uber recuou das operações em Vitória, depois do restritivo decreto publicado pela Prefeitura de Vitória na segunda-feira (1), o aplicativo Easy anunciou uma redução de 30% no valor das corridas. O benefício, no entanto, é válido apenas para os taxistas parceiros cadastrados no aplicativo e com pagamento com o cartão que o usuário cadastrou no aplicativo.
A Uber considerou que o decreto municipal, que regulamenta os serviços privados de transporte individual, inviabilizaria o negócio na cidade. O decreto obriga, entre outros pontos, que as operadoras informem à prefeitura detalhes das viagens realizadas, como pontos de origem e destino, tempo do trajeto e detalhes do valor cobrado. Na terça-feira (2), para tentar contornar a decisão da empresa, a Prefeitura de Vitória se reuniu com representantes da Uber.
Na quinta (28) e na segunda-feira (1), taxistas de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica fizeram carreata pelas ruas da capital capixaba em protesto contra a liberação da Uber em Vitória. Na segunda, segundo os taxistas, cercam de 150 veículos saíram do Aeroporto de Vitória e foram para a sede do poder municipal, em Bento Ferreira, onde estacionaram os carros.
Por outro lado, há de se destacar também que, com o decreto, o prefeito Luciano Rezende (PPS) encontrou um hábil artifício para resguardar o serviço municipal de táxi, enxovalhado por denúncias de irregularidades. O prefeito o fez sem se expor. Foi pelo não-dito que o prefeito marcou posição.
Se ele evitou se manifestar durante o debate sobre a chegada do Uber a Vitória – não falou, nem contra o aplicativo, nem a favor dos taxistas – o decreto de regulamentação dissipou dúvidas ao vir antes para dificultar que para facilitar a coisa, ao cobrir a instalação de aplicativos com obrigações em série. Agora, após uma forte reação popular, o prefeito tenta reabrir as portas para a Uber.
