Após audiência de conciliação realizada no Fórum de Guarapari entre representantes do município e da Telavive, concessionária da nova rodoviária municipal, a empresa pediu prazo de 30 dias para apresentar uma proposta de embarque e desembarque de passageiros. Decreto publicado na quinta (4) impõe o embarque e desembarque exclusivo de ônibus intermunicipais na nova rodoviária, localizada às margens da rodovia BR-101, no bairro Várzea Nova.
O pedido, no entanto, é visto como gesto protelatório para tentar enfraquecer a mobilização dos usuários afetados com a alteração, que defendem a manutenção do embarque e desembarque nas ruas da cidade. “Por que não apresentaram a proposta já na audiência?”, questiona Iraci Marques, porta-voz de um grupo de cerca de 500 usuários das linhas Ipiranga/Dom Bosco, que atende cerca de seis mil pessoas por dia que trabalham, estudam ou realizam outras atividades em Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana.
Segundo Iraci, o representante do município, o procurador-geral Marcos Paulo Gomes Dias, não apresentou propostas. Causa estranheza que a prefeitura não se disponha a realizar estudos técnicos para fundamentar uma alteração que causa impacto no funcionamento da cidade e no dia a dia dos moradores. Moradores participaram da audiência apenas como ouvintes.
A nova exigência entrou em vigor neste sábado (6). Segundo ela, perto de 10 mil pessoas dependem das linhas intermunicipais que atendem o município. O decreto determinou ainda a autorização, em condição de transição, do embarque e desembarque nos pontos fora do terminal rodoviário no período entre esta segunda-feira (8) e o dia 6 de setembro, entre os horários de 5h às 7h e 18h às 20h.
Enquanto isso, os usuários afetados estão se mobilizando contra a exigência. Nessa sexta-feira (5), houve uma reunião, promovida pela Associação de Moradores de Santa Mônica, com moradores de toda a região norte de Guarapari, que, segundo Iraci, são os mais prejudicados com a alteração. Uma outra reunião deve ocorrer até a próxima quarta-feira (10), desta vez com moradores de todo o município.
Com a alteração, os passageiros temem aumento em gastos com passagem e viagens mais demoradas com a proibição da circulação dos ônibus no Centro do município.
