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Comunidades ao norte da Foz do Rio Doce articulam criação de fórum dos atingidos

É inacreditável a situação de abandono em que têm sobrevivido, há mais de nove meses, as comunidades ao norte da Foz do Rio Doce, atingidas pelo crime da Samarco/Vale-BHP. Os estudos que comprovam a chegada da lama de forma brutal na região começaram a ser disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desde fevereiro. Em maio o Ministério Público Federal (MPF) inseriu, em sua ação civil pública, a expansão da área de proibição de pesca marinha para até a altura de Barra Nova/São Mateus, mas a Justiça Federal só vai começar a julgar o processo a partir de 13 de setembro, com uma audiência de conciliação.
 
Enquanto isso, pescadores continuam sem pescar, agricultores continuam sem plantar ou colher, comerciantes continuam sofrendo com a redução das vendas e os trabalhadores do turismo, com a queda abissal do movimento turístico. Muita gente passando necessidade, sem conseguir pagar seus aluguéis ou mesmo comprar o alimento de forma satisfatória. Famílias sendo despejadas e se desestruturando, revolta, indignação, desamparo.
 
A chegada da Defensoria Pública, em julho, para iniciar a programação de atendimentos individuais aos atingidos, trouxe um pouco de esperança. E agora, a possibilidade de criação de um Fórum em defensa dos atingidos tem trazido novo ânimo. “O pessoal está se movimentando muito aqui, apostando mesmo na criação desse Fórum”, conta Eliane Balke, secretária da Associação dos Pescadores de Pontal do Ipiranga e Barra Seca.
 
A reunião de criação será no próximo dia seis de setembro, a partir das 13h, no centro de convivência da Associação de Pescadores, Catadores de Caranguejo, Aquicultores, Moradores e Assemelhados (Apescama), de Campo Grande de Barra Nova/São Mateus. Na organização, além das comunidades locais, estão a Defensoria Pública Estadual, pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e membros do Fórum Capixaba em Defesa do Rio Doce.
 
O objetivo é reunir depoimentos e denúncias dos impactados. “E, a partir desses relatos comuns, criaremos o Fórum do Norte da Foz, para juntarmos forças e nos organizarmos em torno dos nossos direitos, exigindo o cumprimento dos deveres das empresas criminosas”, explica o texto de divulgação nas redes sociais.
 
O Fórum do Norte vai englobar as comunidades de Pontal do Ipiranga (esta, a única parcialmente atendida pela empresa, devido à interdição da praia durante o réveillon), Barra Seca, Urussuquara, Barra Nova e Nativo, nos municípios de Linhares e São Mateus. 

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