Mais de 250 pessoas devem entrar no mar, neste fim de semana, para protestar contra mais uma impunidade de que goza a Vale S/A: seu passivo ambiental, que há 40 anos contamina a extremidade norte da Praia de Camburi, em Vitória, com toneladas de minério de ferro enterrados na areia. Poluição que aumenta a cada dia, visto que o derramamento de minério de ferro durante o carregamento dos navios no porto continua sendo acobertado pelos órgãos ambientais.
As amostras do passivo ambiental, que serão expostas à população neste sábado e domingo (20 e 21), foram colhidas nessa quarta-feira (17) por voluntários da Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC). Os voluntários também colheram evidências do outro grande contaminante da praia: o esgoto sem tratamento lançado no mar.
A 5ª Maratona 24 Horas acontece das 10h de sábado até 10h do domingo (21), no calçadão da Praia de Camburi, na altura do Banco Itaú. “Qualquer pessoa pode comparecer ao local para se informar, nadar, remar e verificar as amostras coletadas”, convida Paulo Pedrosa, da AAPC. Segundo ele, o objetivo é alertar a sociedade sobre a necessidade de despoluir a principal praia da Capital.
Cansada da negligência dos órgãos ambientais municipal e estaduais, a sociedade tem reivindicado do Ministério Público Estadual (MPES) que tome providências para que a empresa recupere a área e pare de poluir. Somente a AAPC faz solicitações nesse sentido há mais de dez anos.
Um sopro de reação aconteceu no dia quatro de fevereiro de 2015, quando o Ministério Público Federal ajuizou, na Justiça Federal, a ação civil pública nº 0101820-77.2015.4.02.5001, em que determina ações a serem realizadas pela empresa para a plena recuperação da área. Elaborada pelo procurador Fabrício Caser, a ACP agora está agora, de acordo com informações do seu gabinete, sob responsabilidade do procurador Carlos Vinicius Cabeleira.