O apoio declarado do ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas e do deputado estadual Sérgio Majeski, ambos do PSDB, à campanha do prefeito Luciano Rezende (PPS), mesmo o partido estando “formalmente” coligado com o candidato do PMDB, Lelo Coimbra, parece estar incomodando o peemedebista. Maior beneficiado com a saída de Luiz Paulo da disputa, Lelo vem tentando compensar o apoio dos tucanos a Luciano com nomes nacionais do PSDB em sua campanha. A estratégia de Lelo é neutralizar o apoio dos “desgarrados” e mostrar que o PSDB, de fato, está com ele.
Essa tentativa de compensação vem acontecendo no programa eleitoral do candidato, com depoimentos do ministro das Relações Exteriores, José Serra, com o deputado federal Antônio Imbassahy (BA), com o líder do governo Temer no Senado, senador Aloysio Nunes e localmente com o vice-governador César Colnago.
Lelo conseguiu costurar o apoio da municipal tucana, oferecendo a vice ao presidente do PSDB de Vitória, Wesley Goggi. Mas na estadual e entre as principais lideranças do partido a aliança não foi bem vista. Luiz Paulo e Sérgio Majeski foram críticos à decisão da municipal e disseram que não foram consultados sobre a costura. Outras lideranças de peso da estadual também criticaram as negociações que teriam passado por fora do diretório estadual.
Enquanto o ex-prefeito estava alheio ao pleito, houve uma migração natural de apoios de Luiz Paulo a Lelo Coimbra pelo perfil parecido dos dois políticos. Mas ao entrar no palanque de Luciano, Luiz Paulo abala essa migração.
Luciano, por sua vez, precisa superar a incompatibilidade de parte do eleitorado de Luiz Paulo que não aceita a candidatura do prefeito, a quem o tucano enfrentou na eleição de 2012. Mas interrompe a atração de votos de Lelo Coimbra. Já o apoio de Majeski pode atrair para o prefeito a simpatia do eleitorado de classe média que não tem se identificado com o palanque da situação.
Para os meios políticos, a ideia de que Lelo partiria para uma campanha em que ele seria o protagonista de seu palanque fica frustrada com a tentativa de mostrar o apoio tucano à sua candidatura, ao mesmo tempo em que tenta manter o elo com o governador Paulo Hartung (PMDB), que o ajudou nas campanhas eleitorais à Câmara dos Deputados.