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Protesto #ForaTemer sofre repressão violenta da PM em Vitória

Assim que a confirmação do impeachment de Dilma Rouseff foi divulgada, na tarde da última quarta-feira (31), movimentos sociais e populares em geral iniciaram protestos Brasil afora. Em quase todas as cidades onde houve protestos contra o impeachment, os manifestantes sofreram represália da polícia. Vitória não ficou de fora das manifestações. O movimento intitulado Ato Relâmpago: Temer Jamais! Que o povo decida! iniciou concentração às 17h, no Teatro Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Goiabeiras, reunindo uma quantidade expressiva de pessoas, considerando que o chamamento do ato foi feito de última hora.

Se o protesto foi espontâneo, as ações de repressão da Polícia Militar foram premeditadas. As forças policiais se concentraram nos pontos tradicionais de protestos na Capital. As tropas policiais já aguardavam os manifestantes na praça de pedágio da Terceira Ponte, local em que os protestos costumam se encerrar. A passeata do campus da Ufes à Terceira Ponte foi pacífica. Munidos de cartazes e gritando palavras de ordem, os manifestantes repudiavam o governo Temer. Eles também fizeram menção ao pedido de impeachment do governador Paulo Hartung, protocolado no último dia 30 na Assembleia por entidades sindicais. Os manifestantes avisavam: “Paulo Hartung, a sua hora vai chegar”.

A chamada “grande mídia” não se interessou em fazer a cobertura do protesto, tanto que os jornais não registraram a manifestação. Nas redes sociais, porém, era possível acompanhar o protesto em tempo real. O grupo Ninja ES acompanhou todo o ato e transmitiu em sua página oficial no facebook. O candidato à prefeitura de Vitória, André Moreira (PSOL), também marcou presença e ajudou divulgar a manifestação nas redes.

Na chegada ao pedágio da Terceira Ponte, o Batalhão de Missões Especiais da Polícia Militar (BME) já estava de prontidão para não deixar que os manifestantes cruzassem a ponte. Os manifestantes sentaram no chão, em frente à praça de pedágio, onde tentaram iniciar uma discussão para definir os rumos do protesto. Não houve tempo para discussão, já que a polícia iniciou o disparo de bombas de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha, mesmo com os manifestantes pacificamente sentados e sem atitudes que incitassem qualquer violência. Um desses tiros atingiu de raspão a escritora Mara Coradello, que feriu mão e pescoço (foto acima). Outras pessoas também saíram feridas do protesto.

O ato, que rapidamente se dispersou com a ação violenta da polícia, seguiu para a Assembleia Legislativa, onde os policiais também se concentraram e não deixaram que os manifestantes chegassem às escadarias da chamada “Casa do Povo”. Por volta das 21h, os manifestantes continuavam próximos à Assembleia. Pouco tempo depois, todos resolveram dispersar.

Num ato formado em sua maioria por jovens, uma das críticas dos próprios manifestantes presentes foi a falta de resistência em lidar com a polícia. Bastaram poucos disparos para que todos se dispersassem – e não houve o embate dos manifestantes com a polícia. O ato planeja adesão de mais pessoas nos próximos protestos para que, assim, haja a resistência organizada à polícia, que continua a agir de forma truculenta nos protestos #ForaTemer.

Foram programados novos atos para esta sexta-feira (2). A concentração acontece a partir das16h, na Ufes.

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