Além das vítimas da Samarco/Vale-BHP no Espírito Santo e Minas Gerais, atingidos por outras barragens em São Paulo, Bahia e estados do sul do Brasil também participarão, em solidariedade. Da Foz do Rio Doce sairá um ônibus com 45 pessoas, moradoras das comunidades de Regência, Povoação, Degredo, Pontal do Ipiranga e Barra Seca (Linhares), Urussuquara, Campo Grande e Barra Nova (São Mateus), além da comunidade indígena de Comboios, em Aracruz.
“Nossa expectativa é de organização, a gente vai pra se organizar, se unir, formar um pensamento só, um só propósito, uma só mensagem. União!”, declama Eliane Balke, secretária da Associação dos Pescadores de Pontal do Ipiranga e Barra Seca.
A união de todas das comunidades impactadas, desde Mariana/MG até a Foz/ES, é uma das mais importantes ações a serem realizadas em termos de mobilização social. É fundamental para proteger as pessoas atingidas, pois se contrapõe à estratégia que a empresa tem utilizado de semear a discórdia entre setores de uma mesma comunidade e a rivalidade e desarticulação entre as várias comunidades atingidas.
Na esteira da união e articulação comunitária, o encontro visa também denunciar a violação aos direitos humanos e construção do Dique S4, em Bento Rodrigues, que tem a função de filtrar a água contaminada que continua vazando da barragem de Fundão, dez meses após o grande rompimento. “O dique alaga o subdistrito, impede o acesso de seus moradores ao local, verdadeiros donos da comunidade, e privatiza e destrói um lugar de valor histórico e cultural para toda a região”, explica o coletivo de Comunicação do MAB Rio Doce.
No sábado (3) será feita uma plenária no distrito de Paracatu, o segundo atingido pela enxurrada de resíduos no dia cinco de novembro de 2015. E, no domingo (4), a intenção é realizar um grande ato em Bento Rodrigues, com apoio da Defesa Civil.
O Encontro também é parte dos preparativos para a “Marcha de Regência a Mariana” que vai ocorrer de 31 de outubro a dois de novembro deste ano, e para o “Encontro do Movimento dos Atingidos por Barragens, na cidade de Mariana, entre os dias três e cinco de novembro, para marcar um ano de crime da Samarco, até hoje ainda impune.