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Ex-diretor do Funcef, Guilherme Lacerda é preso pela Polícia Federal

O economista Guilherme Lacerda foi preso pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (5) dentro da Operação Greenfield, que investiga fraudes na gestão dos quatro maiores fundos de pensão do País. Lacerda comandou o Fundo de pensão dos trabalhadores da Caixa (Funcef) entre 2003 e 2010, além de ter ocupado uma diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O petista era investigado pela suposta cobrança de repasses ao partido, no bojo da Operação Lava-Jato.

Ao todo, a PF está cumprindo 127 mandados judiciais em oito estados, expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília/DF. No Espírito Santo, também foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência de Lacerda, em Vila Velha. Ao todo, foram sete mandados de prisão temporária, 106 de busca e apreensão e 34 de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, além do Distrito Federal.

Participam da operação cerca de 560 policiais federais, além de membros do Ministério Público Federal (MPF), Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), que auxiliam as investigações. Também estão sendo efetivadas as ordens de sequestro de bens e bloqueio de ativos, bem com dos recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas que são alvos da operação, no valor aproximado de R$ 8 bilhões.

A ação é ancorada em dez casos revelados a partir do exame das causas dos déficits bilionários apresentados pelos fundos de pensão. Entre os dez casos, oito são relacionados a investimentos realizadas de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações). Além do fundo dos trabalhadores de Caixa, são investigadas fraudes no Petros (trabalhadores de Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios). Também estão sendo ouvidos executivos de grandes empresas e fundos de investimento privados.

Os investigados responderão, na medida de suas participações, por gestão temerária ou fraudulenta, além de outros crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, previstos na Lei nº 7.492/86. As penas chegam até doze anos de prisão, podendo ser aumentada em caso do cometimento de mais do que um crime.

O nome da operação faz alusão a investimentos que envolvem projetos incipientes (iniciantes, em construção), ainda no papel, como se diz no jargão dos negócios. O contrário de investimentos Greenfield é o Brownfield, no qual os recursos são aportados em um empreendimento/empresa já em operação.

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