O rodízio de distribuição de água entre as sete áreas será isonômico, com objetivo de democratizar o uso entre os bairros dos setores de comércio e serviço, industrial e residencial. Cada área terá o abastecimento suspenso por 24 horas, pelo menos uma vez por semana. O plano poderá sofrer ajustes em função do consumo e da ocorrência de chuvas, sendo previamente comunicados.
Os alertas do Comitê Hídrico sobre a gravidade da situação se iniciaram em abril. O consumo foi reduzido, mas com o agravamento da estiagem, não foi suficiente para evitar o racionamento. Até porque, o que precisa ser feito é investimento maciço em reflorestamento e recuperação de nascentes, coisa que, historicamente, os governos não fazem.
As reivindicações dos pequenos agricultores, agroecologistas, assentados da Reforma Agrária e trabalhadores rurais sem terra têm sido insistentemente ignoradas pela gestão Paulo Hartung, que se recusa a receber os movimentos sociais do campo e investir no apoio ao pequeno agricultor que deseja reflorestar sua propriedade.
Os números do Programa Reflorestar mostram a pequena disposição do governo em tocar a única medida verdadeiramente eficiente, a longo prazo, para resolver a crise hídrica e climática. Até o final do ano passado, segundo matéria divulgada no portal do governo estadual nesta segunda-feira, foram iniciadas ações de reflorestamento em seis mil hectares e outros seis mil hectares de floresta foram reconhecidos, com os proprietários recebendo incentivos para manter a conservação da vegetação, totalizando R$ 28 milhões. Este ano, a meta é aumentar, proporcionalmente, os investimentos, com a aplicação de R$ 25 milhões em 4.600 hectares, beneficiando 1.600 produtores rurais.
O consumo maior de água, no entanto, vem do setor industrial. Estima-se que as duas empresas da Ponta de Tubarão, Vale e ArcelorMittal, consuma um terço da água captada do rio Santa Maria, que abastece a Grande Vitória. Já a Aracruz Celulose (Fibria) consome diariamente o equivalente à toda a população da região.