Deraldo conta que os problemas começaram após o início das obras de abertura do canal do Rio Jacaraípe e pioraram junto com o agravamento da crise hídrica, porque, com o baixo volume de água do rio, o mar invadiu e chegou até a lagoa. A primeira grande perda foi em janeiro, com a morte de quatro a cinco mil tilápias nos tanques-rede. Mas essa de agora foi 'de arrepiar', conta.
Começou por volta das quatro horas da tarde de terça-feira (20) e, à meia-noite, os associados correram todos desesperados, relata o pescador. Perderam dez toneladas de peixe, tudo já pronto pro abate.
A prefeitura afirma que coletou amostras de água e peixes para análise nesta sexta-feira (23) e que a situação está sendo avaliado, mas garante que a mortandade não tem relação com as obras do Rio Jacaraípe, que continuam.
“O Rio Jacaraípe está recebendo limpeza, dragagem, urbanização e ampliação, além de recuperação ambiental de áreas degradadas e a urbanização necessária para disciplinar a ocupação do solo e do entorno. Na primeira etapa de limpeza, foram retiradas mais de 14 toneladas de lixo, entulho e móveis”, descreve a Assessoria de Imprensa. Afirma ainda que as intervenções “já apresentam resultados de melhoria na qualidade da água, trazendo de volta para o rio espécies ausentes da região há mais de 20 anos, como Carapeba, Tainha e Robalo”.
Deraldo observa, no entanto que, na lagoa, a vegetação tem definhado. E aguarda os resultados das análises, que devem ficar prontas em vinte dias.
Para não fechar a peixaria nem o restaurante, a Associação iniciou, há quatro meses, uma produção na Lagoa do Aguiar, em Linhares. O volume de produção é equivalente, com 80 mil tilápias.