O último debate entre os candidatos a prefeito de Vitória, na noite dessa quinta-feira (29) pela TV Gazeta, deixou claro que o embate político entre o deputado estadual Amaro Neto (SD) e o prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS) é o que mais agrega na corrida eleitoral da Capital, sugerindo um segundo turno entre os dois candidatos.
Como disputa a reeleição, Luciano foi o alvo preferencial dos adversários e nem sempre conseguiu se sair bem das “armadilhas” armadas pelos rivais. Em alguns momentos, o prefeito transpareceu nervosismo e acusou ter sentido a pressão em razão dos sucessivos ataques que sofria.
Já Amaro Neto parecia bem à vontade na frente às câmaras, um ambiente muito familiar para o candidato-apresentador que comanda o programa Balanço Geral. O momento mais tenso entre eles foi no final do debate, quando Luciano acusou Amaro de não ter entregue o programa de governo logo que fez o registro da candidatura. O candidato do Solidariedade teve o direito de resposta negado, mas aproveitou o tempo de uma resposta dirigida a Lelo Coimbra (PMDB) para rebater o prefeito, alegando que entregou o plano de governo no momento do registro.
Amaro Neto questionou um ponto delicado da gestão Luciano Rezende, a mudança no projeto Integra Vitória, que mudou a configuração das linhas de ônibus, causando transtornos para os usuários de ônibus. Amaro recordou que a rejeição ao Integra foi tão grande que a prefeitura foi obrigada a recuar, restabelecendo o modelo anterior das linhas. Luciano rebateu afirmando que o projeto está em curso e a intenção futura é integrá-lo ao sistema Transcol.
Amaro investiu mais uma vez no tema mobilidade urbana, abordando o que chamou de “isolamento da cidade”, lembrando que o ex-governador Renato Casagrande (PSB), que apoia a reeleição de Luciano, em seu governo, lançou edital para o Transcol e que a cidade não se mobilizou para se integrar.
Lelo Coimbra também atacou Luciano, insistindo no argumento de que a atual gestão faz um governo de “maquiagem”, discurso que vem usando ao longo da campanha e em alguns momentos, como aconteceu em outros debates, Lelo fez parceira “velada” com Amaro nas investidas contra o prefeito.
O candidato do PMDB, porém, não conseguiu a mesma efetividade que Amaro em seus ataques. O prefeito tentou desidratar as críticas do deputado federal, com ironia. “Fica lendo os papeizinhos”, disparou em dois momentos do debate, tentando passar a ideia de que Lelo estava sendo teleguiado para fazer as perguntas. O peemedebista ficou de fora de alguns embates importantes, o que deu o protagonismo do debate a Amaro e Luciano.
O prefeito reagiu contra seus adversários em duas frentes: no caso de Amaro, atacou a falta de experiência do comunicador como gestor, como motivo das críticas. Já quanto a Lelo Coimbra, o ataque do prefeito destacou que o peemedebista era distante da cidade. Claramente orientado pelos marqueteiros, Luciano não se referia aos adversários pelos nomes de campanha. Chamava Lelo de deputado Coimbra e Amaro de deputado, apenas.
Perly Cipriano (PT) também atacou a atual gestão ao mesmo tempo em que defendia o legado do governo petista na cidade. O partido já administrou Vitória por três vezes e diante da crise nacional e desidratação do partido no Estado, reforçou os trabalhos prestados à Capital nas gestões Vítor Buaiz e João Coser. Mas também foi pressionado a responder sobre os valore elevados dos quiosques construídos na Praia de Camburi na gestão do colega de partido.