Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (30), o delegado Ramon Almeida da Silva, responsável pela investigação, disse que os candidatos supostamente beneficiados serão chamados para depor na próxima semana. A partir de agora, o trabalho dos investigadores recairá sobre a documentação apreendida, que inclui as notas fiscais e comprovantes de abastecimento.
Nos últimos dias, as equipes de policiais descaracterizados identificaram o abastecimento de vários veículos com adesivos de candidatos sem que fosse realizado qualquer pagamento, mediante somente a apresentação uma espécie de “vale” ou “requisição de abastecimento”. Foram identificados nas diligências a atuação de doze frentistas, cada um realizando dez abastecimentos por dia, em média. A prática teria começado há 40 dias, coincidindo com o período eleitoral.
Segundo as investigações, esse “vale” era recebido pelo frentista sem qualquer questionamento, indicando ser a prática previamente ajustada. Os cupons permitiam abastecer de 10 a 40 litros, mas as notas fiscais não estavam em nome do candidato ou pessoa que abastecia o veículo. Segundo o delegado, o valor de apenas uma compra foi identificado, de R$ 25 mil.
Durante a operação, quatro funcionários do posto, incluindo o gerente do estabelecimento, foram conduzidos coercivamente para prestar depoimento e já foram liberados. A PF também apreendeu o sistema de videomonitoramento do posto para identificar a movimentação no pátio de abastecimento, além de documentos que evidenciam a prática reiterada de abastecimentos por veículos que ostentam adesivos de propaganda política.
Todos os envolvidos serão investigados pelos crimes de falsidade ideológica e de compra de voto, cujas penas somadas podem chegar até nove anos de prisão.
(Com informações de Lívia Francez)