Em rodada de negociação realizada nessa quarta-feira (28) a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) manteve proposta rebaixada de reajuste de 7% para salários e demais verbas em 2016, com abono de R$ 3,5 mil, e índice composto de inflação mais 0,5% para 2017, em modelo de acordo válido para dois anos. A proposta não reflete a lucratividade dos bancos e impõe perdas salariais à categoria. Além disso, não foi apresentada proposta global que contemplasse as reivindicações de fim das demissões, contratação de mais bancários, igualdade de oportunidades, fim das metas e do assédio moral e segurança.
A proposta foi rejeitada ainda na mesa de negociação e a greve continua por tempo indeterminado. Os bancários realizam na próxima segunda-feira (3) uma assembleia para avaliar a greve e organizar os próximos passos da paralisação. Será às 17 horas, no Centro Sindical dos Bancários.
Quadro de paralisação
No Espírito Santo, das 357 agências fechadas, 190 são da Grande Vitória, sendo 40 da Caixa Econômica Federal, 43 do Banco do Brasil, 56 do Banestes, 14 do Santander, 15 do Bradesco, 16 do Itaú, cinco do HSBC e uma do Safra. Também estão paralisados os prédios do Centro de Processamento de Dados (CPD) do Banestes, Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e do Banco do Brasil, além de três departamentos da Caixa e a Superintendência do Banco do Brasil.
No Interior são 167 agências fechadas, 45 da Caixa, 51 do Banestes, 57 do Banco do Brasil, três do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e 11 de bancos privados.
Pressão
Os bancários lembram que estão cobrando novas negociações com avanços reais para a categoria, e a greve é o único instrumento para pressionar os bancos, que só se preocupam com seus lucros. “Se você quer que o atendimento seja retomado o mais rápido possível, ajude a pressionar as instituições financeiras. Ligue para os número de Serviço de Atendimento ao Cliente e para a Fenaban e cobre negociação real”.
A categoria ressalta ainda que os clientes também são prejudicados pelos bancos, pagando altas tarifas e juros, muitas vezes sem a qualidade merecida no atendimento. De julho a agosto, a taxa de juros do cheque especial bateu novo recorde, chegando a 321,1% ao ano, segundo pesquisa do Banco Central. Os juros do cartão de crédito também não param de subir. Em agosto, na comparação com o mês anterior, houve alta de 3,5 pontos percentuais, com a taxa em 475,2% ao ano. Neste ano, essa taxa já subiu 43,8 pontos percentuais. “Ou seja, os bancos exploram a população, assim como exploram a categoria. Tudo para aumentar os seus lucros, que chegaram a R$ 29,7 bilhões só no primeiro semestre”
FENABAN: 0800 772 8050