Neste domingo (2) o capixaba vai as urnas para escolher os novos prefeitos e vereadores que vão comandar os municípios do Espírito Santo nos próximos quatro anos. Com a disputa curta e com o pouco interesse do eleitor na classe política, algumas pessoas continuam alheias às eleições.
Com base em pesquisas já realizadas em alguns municípios, publicadas em Século Diário e em outros jornais, cruzadas com análises políticas da Redação e informações de fontes que estão acompanhando os processos em cada uma das localidades, elaboramos um quadro analítico nos 78 municípios, que revelou uma disputa polarizada em várias cidades.
Esclarecemos, mais uma vez, que esse panorama da disputa e estritamente analítico. Embora uma das fontes para construir as análises tenha sido as pesquisas eleitorais, que são dados científicos, o levantamento a seguir é meramente empírico.
Polarização na Grande Vitória
Na região metropolitana estão os quatro maiores colégios eleitorais do Estado: Vila Velha, Serra, Vitória e Cariacica. Todos estão sujeitos a segundo turno, já que têm mais de 200 mil eleitores. A probabilidade, porém, é maior em Vila Velha e Vitória. Na eleição em uma disputa polarizada em todos eles.
Cariacica
Em Cariacica acontece uma reedição da disputa de 2012, entre o prefeito Geraldo Luzia, o Juninho (PPS) e o deputado estadual Marcelo Santos (PMDB) e novamente, os dois devem se enfrentar em um segundo turno, se um deles não atingir mais de 50% dos votos. O deputado estadual Marcos Bruno (Rede) conseguiu projeção nos últimos dias, mas para os meios políticos não deve conseguir mudar o cenário de polarização. Assim como o ex-presidente da Câmara de Vereadores, Adilson Avelina (PSB), que não conseguiu fazer sua candidatura decolar.
Serra
No município da Serra, a situação é parecida com Cariacica, com o pleito podendo ser decidido no primeiro turno, como aconteceu em 2012, mas isso não é uma garantia. Para isso é necessário que um dos candidatos alcance mais de 50% dos votos. A margem de votação estaria bem próxima, mas ainda não rompeu a porcentagem limite. O município também vive uma reedição da disputa de 2012. Mas os confrontos entre Sérgio Vidigal (PDT) e Audifax Barcelos (Rede), os mais cotados para vencer a disputa, são bem mais antigos.
Assim como em Cariacica, os demais candidatos na disputa serrana – Givaldo Vieira (PT) e Gideão Svensson (PR) – não conseguiram alcançar patamares acima dos 5% nas pesquisas realizadas na cidade até aqui, o que torna ainda mais impreciso apostar se a eleição será em um ou dois turnos. Também é difícil cravar um vencedor.
Vila Velha
A disputa em Vila Velha é a única da Grande Vitória que não tem o prefeito em condições de levar o pleito para o segundo turno. Rodney Miranda (DEM) aparece bem distanciado dos ex-prefeitos Neucimar Fraga (PSD) e Max Filho (PSDB), que estão antecipando o que será a disputa no segundo turno entre ambos.
No chamado segundo pelotão, Rodney Miranda briga com Rafael Favatto (PEN) pela disputa do terceiro lugar. E quem também está nessa briga é o ex-prefeito Vasco Alves (PPL). Completa o quadro a psolista Liu Katrini.
Vitória
O prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS) também deve ir para o segundo turno com o deputado estadual Amaro Neto (SD). Lelo Coimbra (PMDB) tenta ainda na reta final ultrapassar um deles para disputar a nova etapa, mas ele está há uma distância considerável dos dois primeiros. A dúvida às vésperas da eleição é sobre quem vira na frente na disputa da Capital e como os eleitores de Lelo Coimbra vão se comportar se o peemedebista de fato não conseguir passar para o segundo turno. Para os meios políticos, a identidade palaciana entre Lelo e Amaro proporcionaria uma união no segundo turno. O problema é que os eleitores deles têm perfis diferentes.
Além deles, o candidato do PT, Perly Cipriano tem feito a defesa dos governos petistas na cidade em nível nacional. Lutando contra a falta de espaço, André Moreira (PSOL) vem agregando capital com parte da juventude, o que pode ser importante no futuro para o crescimento do partido.
Viana
Em Viana, o atual prefeito Gilson Daniel (PV) começou a campanha eleitoral com uma confortável vantagem na disputa à reeleição. Mas hoje convive com dois problemas, o primeiro com a Justiça, já que o deferimento de sua candidatura está sendo questionada o Tribunal Regional Eleitoral. Além disso, ele vê sua principal adversária, Nina (PDT), se aproximar na corrida à prefeitura. Talvez o tempo seja curto para que ela se aproxime de forma ameaçadora. Mas o prefeito vê no retrovisor uma movimentação de última hora que fez com que ele vencesse a disputa em 2012, de virada, e que desta vez acontece em outro palanque.
Guarapari
O município de Guarapari, tem uma das disputas mais concorridas do Estado. A disputa começou com oito candidatos, mas todos só têm olhos para um deles: o deputado estadual e ex-prefeito do município Edson Magalhães (PSD). Em 2012, Magalhães disputou impugnado, obtendo mais da metade dos votos, o que forçou o município a ter nova eleição. O candidato apoiado por ele, Orly Gomes (DEM), venceu a disputa e depois se afastou do deputado. Hoje o prefeito está em desgaste e Magalhães é favorito.
Quem mais se aproxima dele é Carlos Von (PSDB), que na reta final ganhou o apoio de Gedson Merízio (PSB). O “namoro” do tucano e do socialista começou bem antes da campanha, mas por uma série de atropelos não resultou em casamento. Como Merízio teve problemas com a candidatura, desistiu e passou a apoiar Von.
Também na disputa de Guarapari estão Amaral (PSOL), Dr. Franz (PTN), Marquinhos Borges (PMDB), Manoel da Ki Delícia (PT) e Ricardo Rios (Rede).
Fundão
Em Fundão, a situação também é indefinida. O favorito no pleito é o ex-prefeito interino Anderson Pedroni (PSD), que teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral, mas recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e ainda aguarda o julgamento da peleja. Sem ele, a disputa fica entre Adriano Ramos (PP) e Rita (PRB), com mais chances para o candidato do PP.