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Partidos grandes decepcionam e ficam sem vereadores na Capital

Não basta para um candidato figurar entre os mais votados para garantir uma vaga na Câmara de Vereadores. Em Vitória, 18 candidatos tiveram um desempenho superior ao eleito com menor votação – Cléber Félix, o Clebinho (PP), que obteve 1.524 votos –, mas acabaram de fora devido ao sistema eleitoral proporcional. Ao todo, cinco coligações não atingiram o quociente eleitoral e vão ficar sem representatividade na futura Câmara de Vereadores, entre eles, partidos considerados grandes, como o PMDB e PT, que foram sozinhos para a disputa.

No pleito de domingo (2), mais de 207 mil eleitores da Capital compareceram às urnas, mas só 180 mil votos foram considerados como válidos – sendo 171.921 votos nominais e 9.006 votos de legenda. Para o cálculo do quociente eleitoral (QE), pega-se o total de votos válidos e divide pelo número de vagas (180.927/15=12.061). Para a divisão das vagas é feito um novo cálculo com a divisão dos votos obtidos por partidos e coligações pelo QE, chegando ao quociente partidário (QP), distribuindo as respectivas cadeiras aos mais bem votados.

Nas eleições deste ano, três partidos e duas coligações acabaram não conseguindo atingir esse quociente eleitoral. PT, PMDB e PSOL não chegaram ao QE, coincidentemente, as três siglas tinham candidaturas a prefeito, mas os votos de legenda não ajudaram seus candidatos a vereador. Os candidatos do PT somaram 7.885 votos nominais (somente o vereador Marcelão teve 2.006, mais votado entre os petistas) e 697 votos de legenda. Já o PMDB teve dois candidatos bem votados (Zezito Maio, 3.590; e Maurício Leite, 2.864), mas ainda não alcançou o QE – ficando com 9.988 votos, sendo 869 de legenda.

A candidata a vereadora do PSOL, Camila Valadão, talvez seja o caso mais emblemático das eleições deste ano. Ela obteve 3.727 votos, quinta mais bem votada, mas ficou de fora porque ela era a única candidata da coligação, que reuniu mais 286 votos na legenda. Em entrevista após o pleito, ela afirmou que “foi eleita pela população, mas não pelo sistema”. Um sentimento que também é partilhado por outros candidatos, que faziam parte das coligações que não atingiram por pouco a barreira do QE.

É o caso da coligação formada pelos partidos PSDC, PRB, PPL, PEN e PC do B, que somou 11.308 votos – 753 abaixo do número necessário para conseguir uma vaga. O vereador Devanir Ferreira (PRB) teve 2.948 votos, quase o dobro da votação do eleito Clebinho. O atual presidente da Câmara, Namy Chequer (PC do B), também ficou pelo caminho, com 1.774 votos. Outras coligações mal-sucedidas foram: DEM, PR, PT do B e PTN, que somou 10.727 votos; bem como a composta pelo PRP, PSL e PMN, que obteve uma soma de 6.437 votos.

Além dos candidatos não-eleitos por conta do QE, a divisão de vagas nas proporcionais também deixou de fora candidatos bem votados, que acabaram na suplência de suas coligações. Três atuais vereadores se encontram nessa situação: Luiz Emanuel Zouain (PPS), 3.138 votos; Rogerinho Pinheiro (PHS), 2.961; Luisinho (SD), 2.693. Todos são primeiros suplentes, a exemplo do ex-vereador Aloísio Varejão (PSDB), 1.878; do ex-jogador de futebol de praia, Duda Brasil (PDT), 1.711; e de Anderson Goggi (PTB), que obteve 1.529 votos – cinco a mais do que Clebinho.

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