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Primeiro vereador indígena não se reelege em Aracruz

Ervaldo Santa Almeida, o Ervaldo Índio, primeiro indígena eleito vereador em Aracruz, norte do Estado, deixou um saldo positivo desta experiência pioneira, expresso, também, em muitas obras dentro das aldeias.

Três escolas, “das mais bonitas do município”, na opinião de Eraldo, construídas em Três Palmeiras, Pau Brasil e Irajá; pequenas reformas na creche e na escola de Caieiras Velha; construção de uma quadra poliesportiva em Caieiras Velha; reforma de caixa d' água, de rede de esgotamento sanitário, construção de quatro tanques de peixe e de reservatório de água para animais, e criação de um Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) indígena. Foram diversas obras, como aponta, muitas delas iniciadas antes do mandato, quando Ervaldo ainda era gerente de assuntos indígenas dentro da prefeitura, e que materializaram a importância de uma representação indígena na Câmara de Vereadores, dialogando de igual para igual com a lei dos não-índios.  

“Teve um avanço sim”, avalia Vilson Tupiniquim, o Jaguareté, atual chefe da Coordenação Técnica da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Aracruz. Mesmo reconhecendo o fato dos caciques também cumprirem o papel de defender os interesses das comunidades dentro da Câmara e da Prefeitura, agindo como “vereadores legítimos”, Jaguareté reconhece a importância de um vereador nos moldes dos não-índios. “A comunidade está evoluindo politicamente”, pondera.

O chefe local da Funai concorda com a análise de Ervaldo, de que a falta de união e o excesso de candidatos frustraram sua reeleição. Na reta final da campanha, apareceram novos candidatos, totalizando seis, para disputar votos entre cerca de 1.400 eleitores das dez aldeias Tupiniquim e Guarani, sem falar nos outros 54 candidatos não-indígenas, que angariaram menos de meia dúzia de votos cada um.

Mesmo conquistando um número ligeiramente maior de votos neste pleito, 695, Ervaldo não conseguiu seguir para um segundo mandato na Câmara. “Mas não vejo como irreversível, tem como se organizar”, opina Jaguareté.

Seguindo a linha do que anuncia o slogan do pioneiro Ervaldo – “Juntos somos mais fortes” – uma proposta já levantada há alguns anos, é a realização de um plebiscito, uma espécie de pré-eleição interna, para lançar um candidato único das aldeias. 

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