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Resultado das urnas afeta movimentação da bancada capixaba em 2018

Desde a eleição de 2014, os meios políticos fizeram uma série de apostas sobre a participação dos deputados federais na disputa deste ano. Dos dez deputados federais, sete eram cotados para entrar no pleito deste ano. No final das contas, só quatro disputaram. Mas todos serão afetados de alguma forma.

Dos eleitos em 2014, esperava-se a participação na campanha deste ano: Paulo Foletto (PSB), em Colatina; Jorge Silva (PHS), em São Mateus; Helder Salomão (PT), em Cariacica. Eles eram tidos como favoritos em seus colégios eleitorais, mas os três recuaram.

Vieram para o pleito Sérgio Vidigal (PDT) e Givaldo Vieira (PT), em Serra; Max Filho (PSDB), em Vila Velha; e Lelo Coimbra (PMDB), em Vitória. Apenas o tucano e o pedetista seguem no jogo, vão disputar o segundo turno. Mas os demais deputados também estavam, de alguma maneira, no processo. Apoiando aliados com o objetivo de fortalecer seus nomes para a disputa à reeleição em 2018.

Ao revisitar o mapa de votação dos parlamentares de 2014 é possível observar que alguns deles precisam reforçar suas bases. Foletto não teve êxito ao desistir da disputa em Colatina para apoiar o ex-secretário estadual de Saúde Tadeu Marino. O eleitorado colatinense esperava o deputado federal, que em 2014 lhe deu 23.871 dos 88.110 votos que ele teve no Estado naquele ano. Foletto foi bem votado na região noroeste como um todo, sobretudo nos municípios vizinhos a Colatina.

Lelo Coimbra saiu derrotado este ano, mas pode se fortalecer para o futuro. É que até então o peemedebista era tido como um candidato que dependia politicamente do governador Paulo Hartung. Mostrou, mesmo chegando em terceiro na disputa à prefeitura de Vitória, que já pode andar com as próprias pernas. Com a disputa deste ano, o peemedebista passa a ser um nome com densidade eleitoral, afinal teve 14% dos votos válidos na cidade, o que o ajuda na composição de um palanque em 2018, desta vez descolado do governador.

Em 2014, na disputa à Câmara dos Deputados, Lelo foi até bem em Vitória, sendo o segundo mais bem votado na cidade, com 11.849 b votos, 6,7% dos votos da Capital. Além de Vitória, a maioria de seus votos vieram da região do Caparaó e de parte do noroeste.

No noroeste também estavam os votos de Givaldo Vieira (PT), região sob influência do deputado estadual Padre Honório, com quem fez dobradinha em 2014. Na Serra, Givaldo teve 5.278 votos para deputado federal em 2014, e nesta eleição alcançou 9.023 na disputa para prefeito. É um bom desempenho para quem está voltando para esta base política.

Para o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT), que continua na disputa, enfrentando o prefeito Audifax Barcelos (Rede) no segundo turno, a clima é de tudo ou nada. Vidigal perdeu a eleição passada para o prefeito, foi o deputado federal mais bem votado de 2014, alcançando 161.744 votos no Estado, 96.968 deles só na Serra. Tirando esse grande colégio eleitoral, o pedetista teve desempenho de destaque em outros poucos municípios, mostrando que o parlamentar concentra seus votos na cidade. Daí a necessidade de ele sair vencedor do pleito.

Outro que concentra sua votação praticamente em uma única base eleitoral é Max Filho, que enfrenta Neucimar Fraga (PSD) na disputa pela prefeitura de Vila Velha no segundo turno. Ao disputar a eleição municipal, o tucano aborta o processo de ampliação de sua imagem para o restante do Estado, que poderia colocá-lo no jogo eleitoral de 2018. Se o tucano vencer em Vila Velha terá de mostrar muita capacidade de gestão para ganhar visibilidade. Se perder, terá de retomar o projeto do partido para aumentar sua capilaridade no Estado.

O ex-prefeito de Cariacica, o deputado federal Helder Salomão não disputou e não conseguiu se inserir no processo eleitoral de forma mais eficiente, mesmo tendo corrido várias bases eleitorais. O petista é outro que concentra eleitorado e decepciona o eleitor cariaciquense ao não disputar a prefeitura este ano. Por isso, pode ter diminuído seu capital para buscar uma reeleição em 2018.

Quem também desistiu da disputa foi Jorge Silva. Bem votado em São Mateus e municípios vizinhos do norte do Estado, o parlamentar era esperado na disputa para prefeito de São Mateus, mas preferiu ficar de fora. Seu problema teria sido a resistência mateense à posição do deputado na discussão do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Quem também não saiu bem da eleição foi o deputado federal Marcus Vicente (PP), que não conseguiu eleger a mulher, Naciene Vicente, em Ibiraçu; também não conseguiu eleger o aliado, Erick Musso (PMDB), em Aracruz. Como ele concentra os apoios nesta região, o deputado vai ter que correr atrás dos eleitores para recuperar o capital eleitoral.

Eleito por parte das regiões sul e serrana, o deputado Evair de Melo (PV) não foi um grande cabo eleitoral para seus aliados. O parlamentar ampliou sua base para os municípios em que a economia é baseada na produção cafeeira, mas com a o problema hídrico no Estado, o setor entrou em crise e isso pode prejudicar o deputado na hora de pedir votos em 2018.

O deputado Carlos Manato saiu-se bem até agora. Seu partido, o Solidariedade, venceu em três municípios e ainda disputa o segundo turno em Vitória com Amaro Neto, que disputa o segundo turno com o prefeito Luciano Rezende (PPS). Manato tem tentado capitalizar com essa movimentação, visando a aumentar seu capital. Depois da vitória apertada em 2014, ele quer disputar a reeleição com mais tranquilidade em 2018.

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