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Ex-deputado José Carlos Elias está inelegível até setembro de 2026

Após quatro décadas de atividade política, a trajetória de José Carlos Elias, petebista histórico e líder influente em Linhares, deve chegar ao fim de forma melancólica. Nesta quarta-feira (5), a Justiça Federal decretou o trânsito em julgado da uma condenação por improbidade. Com isso, o ex-vereador, ex-deputado estadual, ex-deputado federal e ex-prefeito ficará inelegível por dez anos, ou seja, até outubro de 2026. Hoje com 62 anos de idade, ele só poderia retornar às urnas daqui a três eleições estaduais, perdendo ainda outras duas eleições municipais.

Além da suspensão dos direitos políticos, o ex-deputado também foi proibido de contratar com o poder público pelo mesmo período, além de perder eventual cargo ou função pública que estiver ocupando. Ele deve ainda recolher um valor de R$ 336 mil aos cofres públicos, a título do ressarcimento do prejuízo ao erário, multa civil e indenização por dano moral coletivo (à imagem do poder público). Todas as sanções são oriundas da decisão em uma ação de improbidade movida pelo Ministério Público Federal (MPF) em relação à denominada “Máfia das Ambulâncias” – descoberta pela Operação Sanguessuga, na década passada.

A sentença de primeira instância contra Elias foi prolatada em maio de 2010, sendo mantida pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região em julho de 2012. Ele foi condenado, ao lado dos empresários Darci José Vedoin e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, por irregularidades na compra de ambulâncias, favorecendo a empresa Planam. Segundo o MPF, a empresa dos irmãos Vedoin repassava um percentual dos contratos a título de propina aos políticos – deputados e prefeitos – que indicassem emendas para aquisição dos veículos. No Espírito Santo, vários ex-prefeitos foram condenados pela suposta participação no esquema, conforme as apurações do MPF.

Em março deste ano, o ex-deputado foi condenado em ação penal pelo crime de corrupção passiva em decorrência do envolvimento com o esquema. A pena foi de quatro anos, sete meses e dez dias de reclusão, em regime semiaberto, além do pagamento de multa de R$ 36,49 mil, corrigidos desde fevereiro de 2002. No entanto, esse caso ainda está em fase de recurso. No pleito de 2014, a Justiça Eleitoral acabou barrando o registro de candidatura do petebista, candidato na época à reeleição para o cargo de deputado estadual – que foi o último mandato político de Elias, na legislatura 2011/2014.

Ao longo de sua história política, Elias marcou época na política linharense, onde comandou o município por duas vezes – 1993/1996 e 2005/2008. Ele também exerceu os cargos de vereador (1977/1982), vice-prefeito (1983/1988), deputado federal (1999/2003 e 2003/2004, quando renunciou para assumir novamente a prefeitura), além de deputado estadual. Também ocupou importantes cargos públicos, entre eles, a presidência do Banestes Seguros (1997/1998).

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