Foto: Arquivo Pessoal
A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Alto Gururu, criada na última semana por portaria conjunta entre o Instituto e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema/Seama), com 4,6 hectares, é um núcleo de preservação ambiental dentro de uma área de 16 alqueires, toda coberta com mata nativa. E a intenção da família proprietária da área é que a floresta continue assim, sendo a verdadeira dona do lugar, por tempo indeterminado.
“Um patrimônio para a sociedade”, define Rodrigo Cavalini, proprietário da RPPN. “Temos que fazer alguma coisa, senão vai morrer todo mundo de sede. Não tem outro caminho”, afirma ele, que também é comerciante.
Mesmo seguindo os ciclos clássicos de devastação da Mata Atlântica no Espírito Santo – possuem também fazendas que foram produtoras de gado e de eucalipto –, Rodrigo conta que a família sempre teve espírito de conservação ambiental. “Sempre deixamos um corredor de mata”, relata.
A família também já participou do programa Produtores de Água, no primeiro mandato do governador Paulo Hartung, mas se decepcionou, pois, contrariando as promessas, o contrato não foi renovado. “Não deu em nada”, reclama.
Entendendo que não deveria esperar por nenhuma garantia de preservação vinda de fora da família, a decisão de criar uma RPPN foi logo tomada, após algumas pesquisas e indicações de amigos. A burocracia quase desanimou, pois foram três anos para resolver toda a documentação. O entusiasmo inicial, de investir também em algum projeto de exploração sustentável da terra, acabou arrefecendo um pouco, mas deve retornar em breve. “Agora que ela está criada, a gente vai pensar no que pode fazer”, pondera o comerciante.
Dentro da Reserva, correm dois córregos que, no passado, já abasteceram a cidade de Alfredo Chaves (hoje é o Rio Benevente). A biodiversidade é grande e as velhas árvores são uns dos destaques na paisagem verde, como o jequitibá de mais de 40 metros que precisa de dez homens pra ser abraçado. “É bonito passear dentro da floresta”, conta Rodrigo.