“O objetivo dessa reunião é apontar soluções definitivas pro Museu, soluções que resgatem a identidade institucional do Museu, a sua história, o seu nome, e também concretize o vínculo dele com a Ciência e Tecnologia”, informa Piero.
A transferência do Museu para o Ministério da Ciência e Tecnologia é um sonho antigo dos pesquisadores e amigos do Mello Leitão, por ser mais coerente com sua identidade do que o Ministério da Cultura. A primeira ação oficial nesse sentido foi a publicação da Lei nº 12.954, em 2014. O problema é que a mesma lei primeiramente extingue o Museu e, em seu lugar, cria o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA).
A criação desse instituto é considerada uma grande conquista para o Mello Leitão e o Espírito Santo, porém, a crítica que Piero faz é que ele não deve significar a extinção do MBML, instituição criada em 1949 por Augusto Ruschi, o único museu de história natural do Estado e uma das instituições ambientais e científicas mais importantes do Espírito Santo, com reconhecimento nacional e até internacional.
A lei, no entanto, não foi regulamentada ainda e, desde então, nem o Museu (considerado extinto) nem o INMA funcionam, pois não há sequer orçamento para manutenção de atividades básicas. O auge do caos foi atingido em junho, quando o Museu fechou suas portas para o público pela primeira vez na sua história. Na época, a instituição acumulava dívidas com diversos fornecedores de serviços essenciais, como limpeza e segurança.
Um grupo de pesquisadores reunidos em um Movimento em Defesa do INMA – MoveINMA tem atuado no sentido de regulamentar a Lei 12.954, mesmo afirmando que também não concorda com a extinção do Museu. Acreditam, porém, que esses e outros erros serão corrigidos após a regulamentação.
Piero, ao contrário, tem lutado para que a Lei seja corrigida antes da regulamentação, excluindo-se a determinação de extinção do Museu, resgatando assim sua identidade e honrando sua história e a memória de Augusto Ruschi. Sua atuação já recebeu apoio dos deputados estaduais e dos vereadores de Santa Teresa e, agora, espera o mesmo do ministro Kassab e da bancada capixaba no Senado.