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Em carta, Jorge Donati nega autoria no mando do assassinato de Edson Barcellos

O prefeito de Conceição da Barra, norte do Estado, Jorge Donati, divulgou uma carta se defendendo da acusação de ser mandante da morte do sindicalista Edson José dos Santos Barcellos, ocorrida em julho de 2010. Em julgamento na última segunda-feira (17) pelas Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), o desembargador substituto, Marcelo Menezes Loureiro, relator do processo, condenou o prefeito a 19 anos de reclusão pelo crime. No entanto, a desembargadora Heloísa Cariello, revisora substituta, pediu vistas do processo.

Na comunicação, o prefeito diz que as investigações sobre o crime, logo da ocorrência dele, apontavam para um norte, mas surgiu uma força especial da Polícia Civil, sob comando do delegado Fabrício Dutra, que centralizou as investigações e interrogatórios dos acusados. O prefeito classifica como risível a peça de formação de narrativa feita pela Polícia Civil e acatada pelo Ministério Público Estadual (MPES).

O prefeito também acusa a viúva do sindicalista, Edma Barcellos, de organizar uma trama para ligar o assassinato a ele, ao usar o então interno da Penitenciária Regional de Linhares (PRL), no norte do Estado, Mateus Ribeiro dos Santos, conhecido como Mateusão, que revelou que Donati seria o mandante do assassinato e foi incluído no rol de testemunhas do caso.

Edma Barcellos, que teve contato com a carta do prefeito, conta que vai tomar providências sobre as acusações contidas no documento, classificadas por ela como calúnia e difamação. Ela diz que Donati, que sempre se manteve em silêncio sobre o caso, só divulgou a carta quando está na iminência de ser condenado pelo crime.

Segundo ela, ao contrário, do que ele diz na carta, Donati não foi ao enterro de Edson e que não havia a amizade que alardeou no documento. Edma ressalta que o prefeito terá de se retratar sobre as acusações contidas na carta.

Confira a nota do prefeito Jorge Donati na íntegra:

UMA FACE DA POLÍTICA SUJA DE CONCEIÇÃO DA BARRA

Não poderia deixar de me apresentar ao meu município, como cidadão barrense e prefeito, direcionando luzes de verdade e decência sobre o caso trágico do servidor Edson Barcellos e, assim, respeitar a opinião pública com a narração dos fatos reais e a moralidade.

O CRIME QUE CEIFOU A VIDA DE EDSON

1- Em 5 de julho de 2010, nossa cidade ficou chocada com o assassinato do servidor público da prefeitura de Conceição da Barra, Edson José dos Santos Barcellos, cedido ao sindicato da classe e político local atuante eclipsado pelo seu pai Sr. Ezequiel, histórico líder político.

Recordo-me de boas e extensas conversas políticas com o Sr. Ezequiel, quase sempre em sua casa, acompanhado da doce e carismática Dona Helena, sua companheira e esposa. Belo casal.

2- As investigações iniciaram-se imediatamente com a PM e a P2 à frente da apuração e, em 24 horas, a polícia já tinha um norte para solucionar o crime, inclusive com a identificação dos criminosos.

3- Acompanhei o enterro de Edson junto com a família dele, externando solidariedade e compaixão, na qualidade de uma pessoa de boa convivência pessoal e política com a família, em especial com o Sr. Ezequiel e sua filha e irmã de Edson, Edila, que já era minha secretaria administrativa.

4- A toque de caixa surge na cidade uma força especial da Polícia Civil, vinda de Vitória, sob o comando do delegado e político Dr. Fabrício Dutra, que centralizou todas as investigações e interrogatórios dos acusados do crime com o cuidado de filmar todos os depoimentos.

Sem entrar em detalhes dos procedimentos técnicos e da metodologia de apuração usada, bem como os seus aspectos morais, posso informar que chega a ser risível a peça de formação da narrativa para incriminar o prefeito Jorge por parte da Polícia Civil, via seu delegado Fabrício, prontamente acolhida e aceita em denúncia do Ministério Público do Estado do Espírito Santos, através do procurador Fabio Vello, que pediu a minha prisão ao Judiciário. Pedido que o desembargador Sérgio Bizzotto acatou em tempo recorde sem que eu sequer fosse ouvido.

5- Fiquei preso em Vitória por 15 dias, saindo através de uma liminar exarada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), de Brasília, que restabeleceu a minha liberdade. Muito sofrimento e injustiça para mim, minha família, amigos e apoiadores políticos que, por sinal, fizeram uma festa maravilhosa de boas-vindas no meu retorno, por ter sido espontânea, humana e grandiosa.

6- Volto às minhas atividades regulares como prefeito, enquanto parte da família Barcellos, de comportamento hostil, criminoso e sem escrúpulos, conspira e constrói farsas sem limites para voltar a me incriminar com mais ênfase. A protagonista dessa maratona de ações mentirosas, de calúnia criminosa é a viúva de Edson, a candidata a vereadora, pelo PT, que em 2016 foi derrotada com 100 votos, demonstrando toda a sua falta de representatividade e confiabilidade, Edma Barcellos.

7- Em 18 de abril de 2012, o Secretário Municipal de Saúde é procurado por sua funcionária “Merinha”, acompanhada pela servidora chamada “Julinha”, que narrou uma trama inacreditável colocada em prática sob a coordenação da viúva de Edson, de nome Edma, para apontar Jorge Donati como mandante, que também seria o responsável por ordenar a morte de testemunha.

Refiro-me ao surgimento do pistoleiro e matador Mateusão, então preso na Penitenciária de Linhares, na mesma cela em que estava o filho de “Julinha”, que valendo-se dessa circunstância, juntamente com a Edma, usou Mateusão como personagem incriminador e testemunha de acusação contra Jorge. Há suspeita que Mateusão, em troca, tenha sido beneficiado no cumprimento de sua pena, inclusive, na sequência, colocado em liberdade.

A gravação contendo todas as informações da confissão de “Julinha” foi incluída nos autos através do depoimento do Secretário de Saúde.

8- Com a chegada da versão de Mateusão no processo me acusando, fui preso novamente em 13 de abril de 2012 lá ficando por 42 dias, até meu alvará de soltura ser emitido pela desembargadora Catharina Maria Novaes Barcellos, em 25 de maio de 2012.

9- O caso do pistoleiro Mateusão mereceria um capítulo extra, tal a sua complexidade na arte de forjar situações sem a menor sustentação lógica e/ou legal, com o suporte de algumas poderosas autoridades do Espírito Santo. O resumo, portanto, é que Mateusão foi colocado em liberdade e assassinado, à luz do dia, nas instalações de um comércio de Linhares.

10- Eu, Jorge Donati, fiquei preso durante 42 dias, acusado de mandar matar o Mateusão, e só fui solto após a prisão de “Vitinho”, assassino confesso do Mateusão. Em seu depoimento, “Vitinho” afirmou que não me conhecia e que cometeu o crime por vingança, pois dois parentes seus haviam sido executados por Mateusão.

11- Já sem a ajuda da farsa de Mateusão contra mim, a caluniante, Edma Barcellos, manteve sua determinação de me incriminar, dessa vez pela política partidária, participando das eleições.

AS RAZÕES LISTADAS PELAS PEÇAS ACUSATÓRIAS PEDINDO A CONDENAÇÃO DE JORGE DONATI

1- Tanto o Ministério Público Estadual (Procurador Fabio Vello), como o relator do processo pelo TJES (Desembargador Substituto Marcelo Menezes Loureiro) pediram a condenação de Jorge Donati pela acusação de crime de mando.

2- As motivações apontadas pelo MPES e TJES são relacionadas a supostas irregularidades administrativas que culminariam em IMPROBIDADE contra Donati.

3- Essas supostas irregularidades poderiam acarretar em ato de improbidade, segundo meus acusadores, que afirmavam que assim haveria o afastamento do prefeito.

Pura ficção e mentira deslavada! A prova maior disso é que, passados seis anos, jamais a formalização dessas criadas calúnias foram materializadas para dar um mínimo de credibilidade à fantasiosa improbidade contra o prefeito.

A VERDADE é que o processo de crime de mando em desfavor de Jorge Donati NÃO tem sustentação nas motivações apontadas para me incriminar e nem para o pedido da minha condenação como mandante.

4- Com relação ao processo em si, é inimaginável e até surrealista a hipótese de me envolver nesse crime já que todos os réus acusados de prática e participação na morte do Edson INOCENTARAM Jorge Donati em juízo, negando as declarações em seus depoimentos ao longo da investigação (a viúva Edma e parte da família Barcelos divulgava com intensidade o “vídeo” dos depoimentos dos réus criminosos gravados pelo delegado-politico, durante o interrogatório dos acusados no início do caso Edson que acusavam Jorge).

O julgamento desse processo do Edson se iniciou em 17 de outubro de 2016, no TJES, com cinco julgadores (alguns deles, juízes de direito convocados em substituição aos desembargadores titulares). O relator do processo, juiz Marcelo Menezes Loureiro (Substituto do desembargador Feu Rosa), votou pela condenação do prefeito Jorge. A revisora Heloísa Carielo pediu vistas e o julgamento foi suspenso.

IREMOS certamente desmontar essa FARSA do caso Edson montada por parte da família para ter dividendos políticos e busca de poder local.

Sou inocente sob qualquer avaliação ou circunstância. Perante Deus, sempre estive em total paz. No mundo dos homens minha inocência é cristalizada entre aqueles que me conhecem pessoalmente, nos ambientes social e político, que se interessaram em saber algo do CASO e, hoje, são nossos suportes e grandes apoiadores, e, finalmente, na mudança positiva da imagem de Jorge Donati junto ao poder Judiciário e à sociedade em geral.

VOU RESGATAR a minha HONRA e REPUTACAO que me foi roubada através dessa malha de calúnias inescrupulosas.

Essa tortura vai acabar, afinal já me foram tirados 57 dias de liberdade: 15 dias na primeira prisão, em 31 de janeiro de 2012, e 42 dias, na segunda prisão, no dia 13 de abril de 2012.

Jorge Duffles Andrade Donati

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