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Ato na Ufes se solidariza com moradores dos bairros ocupados pela PM, em Vitória

Um ato público em solidariedade aos moradores do bairro da Penha foi organizado por estudantes da Universidade Federal do Estado (Ufes). Os bairros da Penha e Itararé, em Vitória, foram ocupados pela Polícia Militar nesta terça-feira (25) depois de um adolescente ter sido morto por um PM durante a manhã, o que provocou a revolta dos moradores, que desceram até a Avenida Leitão da Silva para protestar.

Por conta do ato, os estudantes que ocupam a Ufes, mobilizados desde esta segunda-feira (24) na universidade contra a PEC 241, deliberaram que toda a programação desta terça-feira fosse adiada para a realização do ato unificado.

As versões dos moradores e da polícia sobre o crime divergem. Enquanto a polícia alega que o adolescente teria reagido a uma abordagem, os moradores apontam que ele havia saído de casa para comprar pão pela manhã, sendo baleado pelas costas durante uma operação da PM no morro.

Depois da morte do adolescente, os moradores protestaram contra a violência da polícia nas abordagens aos moradores do morro. Depois dos protestos, os bairros foram ocupados pela PM novamente, o que gerou mais insatisfação.

Durante o protesto, foram queimados veículos e um carro dos Correios. À tarde, um veículo da TV Gazeta, que tentava fazer a cebertura do caso, foi depredado. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado (Sindijornalistas-ES) divulgou nota (abaixo), repudiando o cerceamento do trabalho dos jornalistas na ação.

 
NOTA DE REPÚDIO
 
O Sindicato dos Jornalistas no Estado do Espírito Santo e a Federação Nacional dos Jornalistas vêm a público repudiar e lamentar a violência sofrida nesta manhã por jornalistas que foram ao Bairro da Penha, em Vitória/ES, a convite dos próprios moradores para ouvir a versão da comunidade sobre a morte de um morador. Durante a cobertura, um grupo de pessoas ameaçou os jornalistas e também quebrou o carro de uma emissora de televisão.
Segundo a polícia, o rapaz foi morto ao reagir a uma abordagem policial. A comunidade do Bairro da Penha nega esta versão e diz que o rapaz foi assassinado por um policial durante a ação da PM.
 
A imprensa subiu o Bairro da Penha para mostrar todos os lados desta história que começou na manhã desta terça-feira, fechou lojas e destruiu carros na Avenida Leitão da Silva. O trabalho do jornalismo é apurar e relatar os fatos. Para isso, os profissionais precisam ser respeitados e não cerceados ou ameaçados, como ocorreu. Quem perde com esse tipo de atitude é a sociedade que deixa de ser informada.
 
O Sindicato dos Jornalistas também orienta os profissionais que não se arrisquem neste tipo de cobertura. Cabe às empresas de comunicação garantir a segurança de seus jornalistas, não colocando em risco a vida de seus profissionais, e aos orgãos de segurança pública proteger os trabalhadores e a comunidade.
 
Vitória, 25 de outubro de 2016.

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