A Grande Vitória apresentou um aumento de 50% em seu Produto Interno Bruto (PIB) de 1990 até 2012. Ela é uma das 13 principais regiões metropolitanas do mundo para os investidores internacionais. O levantamento foi realizado pela Brookings Institution, em conjunto com o famoso – nem sempre por boas razões – banco americano JP Morgan Chase.
As 13 regiões brasileiras que aparecem na pesquisa tiveram aumentos de 33% do PIB, mas Grande Vitória, Recife, Curitiba e Baixada Santista apresentaram um aumento que supera os 50%. O aumento do PIB passa pela fase conhecida como terceiro ciclo de desenvolvimento do Estado, com a vinda de grandes empreendimentos, sobretudo a partir do governo Paulo Hartung (PMDB). O primeiro ciclo foi o do café e o segundo do início da industrialização de semi-elaborados, na década de 1970.
O aumento do PIB, porém, deve ser visto com cautela, já que não representa um aumento da renda per capita. Os números criam uma aparência de riqueza na região, que na verdade não se sustenta. A qualidade de vida em Vitória é um fator de destaque, é verdade, mas nas cidades vizinhas, a desigualdade social mostra que há uma grande disparidade econômica a ser resolvida, desafio, aliás, dos prefeitos eleitos em outubro passado.
Esta não é uma realidade só do Espírito Santo, já que o estudo mostra também que a maioria das regiões metropolitanas brasileiras tem uma renda per capita inferior à das regiões metropolitanas de países desenvolvidos, com exceção de Brasília.
O abismo na distribuição da renda entre os capixabas pode ser observado em um dado que também faz parte do levantamento da Brookings Institution, que mostra a taxa de emigração da região. O levantamento da entidade americana, com base em dados censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 5,7 em cada mil habitantes deixaram a localidade, sendo que 30% desses emigrantes foram para Portugal, outros 30% para os Estados Unidos, e 13% para a Itália.