A rivalidade entre Audifax Barcelos (Rede) e Sérgio Vidigal (PDT), que já se tornou uma tradição na Serra, ficou ainda mais acirrada nos últimos dias. A expectativa era que o clima esquentasse neste domingo (30), quando as “organizadas” dos dois candidatos ficariam frente a frente nas seções eleitorais.
Há relatos de embates entre os cabos eleitorais de Audifax e Vidigal em diversos pontos da Serra. Uma mostra dessa hostilidade foi presenciada pela reportagem de Século Diário na Escola Estadual Jacaraípe, seção de votação do candidato Sérgio Vidigal.
A confusão começou por volta das 10 horas, quando fiscais da Rede acusaram pessoas ligadas ao PDT de compra de votos e boca de urna. O clima ficou hostil com trocas de insulto e acusações entre representantes dos dois partidos. A Polícia Militar interveio. Duas mulheres que seriam ligadas a Vidigal foram detidas e levadas para a delegacia.
Segundo policiais que presenciaram as detenções, as duas mulheres foram flagradas com dinheiro e uma lista de supostos eleitores na bolsa. Uma das mulheres detida, que se identificou como Christine Antídia Capelo Lisboa (vídeo abaixo), afirmou que o dinheiro pertencia a ela e negou que estivesse fazendo boca de urna, mas admitiu apoio confesso ao candidato do PDT. “Sou Vidigal até morrer”, bradou minutos antes de ser detida.
As detenções acirraram ainda mais o clima em frente à escola. As acusações entre os cabos eleitorais ficaram mais intensas. Em alguns momentos as pessoas pareciam que partiriam para a agressão física. O policiamento foi reforçado. Minutos depois, um juiz eleitoral circulava com policiais, pedindo para os cabos eleitorais dispersarem.
Um bloqueio foi criado pela polícia nas duas extremidades da rua Guacyra, impedindo a circulação de veículos na frente da escola. Logo em seguida, o secretário de Segurança, André Garcia, chegou acompanhado de mais policiais.
Garcia negou que estivesse no local em razão das prisões. Disse que soube dos fatos no local, e que estava fazendo uma ronda de rotina nas escolas ocupadas. A pedido do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), apenas seis alunos permaneciam na escola. A presença dos alunos era tão discreta que mal se notava. Não houve nenhuma ocorrência envolvendo os jovens, que permaneceram afastados da confusão.
Duas horas depois do previsto, por volta de meio-dia, o candidato Vidigal chegou ao local de votação. O atraso foi estratégico. A essa altura os ânimos já estavam serenados. O candidato do PDT votou tranquilamente e falou sobre a disputa. Ele admitiu que a disputa seria acirrada, como se esperava. Com um ar de tensão, misturado com cansaço e preocupação, Vidigal disse que iria acompanhar a votação de casa com a família.