Foi com um questionamento leve e intrigante que Ester Vieira, autora de 23 livros, chegou à conclusão de que seria interessante inscrever sua última obra em um concurso literário. “Uma colega recebeu meu livro, elogiou e perguntou se ele não havia recebido prêmios literários. Pensei sobre isso e, prontamente, uma amiga resolveu tomar frente da ideia e o inscreveu no Prêmio Literário Biblioteca Nacional. Era uma quinta-feira quando ela organizou tudo, na sexta as inscrições se encerravam”, conta Ester Vieira.
O livro em questão é o Ensaios Sobre Dramaturgia: do Clássico ao Contemporâneo, lançado na II Feira Literária Capixaba, em 2014. É com esse livro que a veterana Ester Vieira foi selecionada para concorrer ao Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2016, na categoria Mario de Andrade. Concorrendo com ela estão escritores de peso, como os maranhenses Luís Costa Lima e Ferreira Gullar.
Com um vasto catálogo de lançamentos é de se pensar que Ester Vieira já deva ter participado de diversos prêmios literários. Contudo, apesar de já estar aposentada, Ester leva uma rotina cheia em que as inscrições nos prêmios acabam por passar despercebidas. “Não costumo concorrer a nenhum prêmio porque tenho pouco tempo. Mas considero bastante importante cada uma dessas premiações literárias, elas podem gerar certo reconhecimento para nossas obras, além de nos colocar ao lado de grandes nomes da escrita”, acrescenta.
A autora se divide nos últimos anos em professora voluntária da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em Estudos Literários; orienta alunos em teses de conclusão de curso; é presidente da Academia Feminina Espírito Santense de Letras e; em meio a isso tudo, prepara um novo livro. “Estou terminando um texto, que estava parado, sobre a arte poética de um poeta da Catalunha, nele faço traduções de textos também, além de apresentar as versões originais dos escritos”, conta ela com detalhes.
Já o livro de Ester que concorre na categoria Mario de Andrade é uma obra que reúne textos – alguns já publicados em revistas ou anais, outros apresentados em sala de aula, além de inéditos – com o objetivo de oferecer estudos de textos dramáticos. A obra tem 420 páginas e, resumidamente falando, destaca a importância da ação dramática referenciando diversos pensadores.
E enquanto o prêmio segue em análise, a autora se dedica, como já citado, também à Academia Feminina Espírito Santense de Letras e, junto de outras escritoras, procura movimentar um pouco da literatura produzida no Estado. A Academia é a responsável pela Feira Literária Capixaba que, no ano que vem terá realização no campus de Goiabeiras, da Ufes. Ester lembra que atualmente ela e as companheiras não contam com sede para a Academia e que isso prejudica o trabalho. “Apesar de realizamos muitas atividades, ainda não temos a visibilidade e amparo necessários, precisamos de um espaço nosso para promovermos com mais força nossas atividades”, chama atenção.