A história se constrói, em boa parte, a partir das memórias de quem viveu ou testemunhou as mudanças de um lugar. Partindo das lembranças de 15 moradores da Ilha das Caieiras, a exposição Retratos de um Povo, da pesquisadora e fotógrafa Bruna Wandekoken, apresenta aos espectadores as histórias dessas figuras, conhecidas como “Griôs”, anciões mestres da tradição oral do bairro.
A exposição está em cartaz no Museu Histórico da Ilha das Caieiras, o Museu do Pescador, e apresenta uma série de retratos de personagens importantes para a comunidade e história das Caieiras. Além das fotos, o público vai poder conhecer mais sobre cada um dos retratados através de entrevistas que poderão ser acessadas via QR Code.
“São 15 moradores, o mais novo tem 70 anos e o mais velho, 92, em sua maioria nascidos na própria comunidade ou, em alguns casos, foram para lá com idade inferior aos quatro anos de idade”, explica Bruna.
A proposta da exposição veio a partir do projeto de graduação de Bruna, que retratou por meio da fotografia a comunidade de Araçatiba, em Viana. “Como ninguém é profeta em sua própria terra, precisei realizar todas as minhas experimentações longe de casa. Agora, já mais madura e consciente dos processos de identidade, acreditei que era o momento de falar da minha comunidade e apresentar os retratos de um povo, do meu povo, dos moradores da Ilha das Caieiras”.
Bruna acredita que as biografias dos moradores também são um pouco da história da Capital. “Através de suas histórias individuais, eles nos contam a história da Ilha das Caieiras e, consequentemente, da ilha de Vitória, sendo de suma importância, pois em seus relatos orais vão revelando um passado que para eles ainda é presente, que só teremos oportunidade de conhecermos dessa forma ou então se pudéssemos nos sentar e conviver”.
Serviço
A exposição Retratos de um Povo, de Bruna Wandekoken, fica até 30 de dezembro no Museu do Pescador – rua Felicidade Correia dos Santos, 1.095, Ilha das Caieiras. As visitações podem ser feitas de terça a sexta-feira, das 13h às 17h; sábados e domingos, das 11h às 15h. A entrada é livre.