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Incaper completa 60 anos, mas servidores têm pouco a comemorar

Nesta quarta-feira (16) o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) completa 60 anos em meio a uma greve dos servidores. A autarquia atua junto a agricultores familiares, contribuindo para o desenvolvimento da atividade, introduzindo mudanças tecnológicas nos sistemas produtivos, gerando sustentabilidade ambiental, econômica e social no campo.

Segundo o presidente da Associação dos Servidores do Incaper (Assin), Edegar Fomentini, o que o servidor tem a comemorar neste dia é o reconhecimento do público atendido. Ele conta que os agricultores familiares de todas as regiões do Estado se deslocam a Vitória nesta quarta-feira para prestar solidariedade aos servidores.

No entanto, os servidores não têm a comemorar a falta de reconhecimento por parte do governo do Estado a uma atividade essencial ao desenvolvimento da agricultura familiar.

A pauta dos servidores contempla dois setores, sendo o primeiro as reivindicações da categoria, plano de cargos e salários e revisão anual dos vencimentos. Já o segundo viés da pauta é justamente o fortalecimento do servido que é importante para o agricultor familiar e também para o povo da cidade, que precisa se alimentar. “O governo não atende à pauta específica da categoria nem ao desenvolvimento da agricultura familiar e produção de alimentos”, conta Edegar.

A greve, que havia sido suspensa em junho, foi retomada em 27 de outubro, diante da morosidade do governo em negociar com a categoria. Assim que foi reiniciada, os servidores sofreram retaliação por parte do diretor-presidente do Incaper, Marcelo Suzart, que enviou e-mail a todos os chefes locais, regionais e fazendas da autarquia, determinando que atestem de forma imediata a frequência dos servidores, destacando se estão em atividade ou em greve.

Para a Assin e o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos-ES), o objetivo da comunicação é identificar individualmente quais servidores estão participando de forma direta do movimento grevista, visando constranger e ameaçar o servidor público quanto à prática dos atos sindicais, em especial, quanto ao exercício legal do direito de greve.

Reivindicações

A greve foi retomada por conta do não cumprimento de medidas que deveriam ter sido atendidas. Mesmo aquelas que sequer têm impacto financeiro deixaram de ser cumpridas.

A diretoria do Incaper se comprometeu com prazos, o que não aconteceu. Um dos prazos descumpridos foi a recomposição imediata do quadro de servidores. Também foi descumprido o acordo em relação à transparência e democracia interna, além da viabilização de recursos, como combustível para veículos, computadores e impressoras. O novo organograma está sendo feito sem a participação dos servidores, que deveriam orientar o que é melhor para o bom funcionamento do Incaper e do atendimento à agricultura familiar.

Os servidores reivindicam a correção imediata das perdas salariais em função do desgaste inflacionário, que já somam mais de 20% após a correção de abril de 2014. O governo, no entanto, negou a reposição, alegando não ter condições de realizar o aumento, em função da crise econômica e do caixa do Estado.

Além da questão financeira, os servidores pleiteiam melhores condições de trabalho. A autarquia padece com intenso processo de sucateamento, com redução drástica de custeio; sem equipamentos de trabalho, como computadores, impressoras, GPS e gasolina; sem internet de qualidade; com unidades em péssimo estado de conservação; e com salário defasado.

A pauta de reivindicações contempla também a formação de um grupo de trabalho visando a revisão imediata do Plano de Carreira dos servidores e para que no prazo de 30 dias apresente projeto orçamentário suficiente para suprir as demandas de recursos do Incaper.

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