No momento da ocupação, os estudantes divulgaram uma nota em que relataram os momentos iniciais da ocupação. Segundo a nota, inicialmente houve ameaça aos estudantes e a polícia chegou a dar prazo de uma hora para a desocupação, sendo que não havia mandado de reintegração de posse. A proposta só recuou depois da chegada de representantes de diversos conselhos e entidades de direitos humanos.
Os estudantes reivindicam que seja aberto um canal de diálogo efetivo com o secretário de Estado de Educação, Haroldo Rocha, para que as demandas sejam ouvidas e encaminhadas, além de serem discutidas também nas escolas, entre professores e alunos.
Atualmente, o cargo de diretor nas escolas públicas do Estado é político, o que pode gerar o aparelhamento da função de acordo com os interesses políticos do governo.
A PEC 55 propõe o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, período em que o dinheiro economizado será canalizado para o pagamento da dívida pública, que atualmente consome quase metade do orçamento do País. O limite de referência dos gastos passa a ser o do ano anterior, com correção da inflação.
Além disso, vai inviabilizar as principais metas do Plano Nacional de Educação (PNE), já que o plano prevê dobrar as atuais receitas para que se cumpram as 20 metas. O Fórum Nacional de Educação considera que os dois principais objetivos da PEC 241, hoje PEC 55, colidem com o PNE, uma vez que se pretende suspender, por 20 exercícios fiscais, o dobro de tempo de vigência do Plano Nacional de Educação, as receitas de impostos vinculadas à educação, bem como limitar os investimentos educacionais, despesas primárias do Estado à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do exercício anterior, também por 20 anos.
Além da PEC, os estudantes protestam contra medidas do governo federal que sucateiam a educação pública, como MP 746/2016 – conhecida como a reforma do Ensino Médio e o projeto Escola Sem Partido.
A MP 746 foi proposta de maneira autoritária e sem diálogo com a comunidade escolar. Já a PEC 55 estabelece um teto para gastos públicos por até 20 anos, para saneamento da dívida pública. Na prática, a proposta representa o sucateamento dos serviços públicos para a população, principalmente a mais vulnerável, além de perdas para os servidores públicos.