O diálogo com os secundaristas foi negado pelo executivo estadual e, na madrugada de sexta-feira (18) para sábado (19), depois de tentativas frustradas de negociação com o governo sobre a pauta dos estudantes, eles decidiram permanecer nas barracas no gramado da Sedu até serem atendidos pelo secretário de Estado de Educação, Haroldo Rocha. No entanto, as fortes chuvas e o vento gelado deixaram os estudantes desprotegidos.
Segundo nota pública divulgada pelo MNDH, militantes de direitos humanos tentaram entrar em contato com o secretário de Estado de Direitos Humanos, Júlio Pompeu, para que houvesse permissão de abrigo temporário na recepção da Sedu, mas não conseguiram falar com ele.
Como a chuva e vento frio continuavam, os secundaristas decidiram se abrigar no prédio da Sedu, por meio de uma janela aberta. No entanto, o Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar foi acionado e obrigou os estudantes a saírem do prédio e voltarem para a chuva.
O resultado da ação truculenta foi que alguns desses estudantes apresentaram quadro de hipotermia e cinco deles foram hospitalizados.
Os estudantes protestam contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016, a PEC do Teto dos Gastos; a Medida Provisória (MP) 746/2016, conhecida como a reforma do ensino médio; e outras medidas que representam a retirada de direitos. Os secundaristas também cobram do governo eleição direta para diretor das escolas e a criação de uma universidade estadual.
De acordo com a nota de repúdio do MNDH, “naturalizar a truculência abjeta como foram tratados adolescentes simplesmente por lutarem, de forma pacífica, legítima e justa, por uma educação pública e de qualidade, é permitir que a próxima arbitrariedade se volte contra cada um de nós e tenhamos que abaixar as cabeças”.
A vigília em solidariedade aos estudantes tem início às 19 horas desta segunda-feira.