Mesmo sendo de amplo conhecimento, da sociedade em geral, que a realização de atividades físicas em locais e/ou horários de grande concentração de poluição do ar não é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), as autoridades capixabas ignoram o fato e se mantêm omissas diante da intenção da Vale de usar a Corrida como mais uma publicidade enganosa da “seriedade com que cuida do meio ambiente e da qualidade de vida da população”.
O Comdema realizou solicitação formal de mudança do local do evento por meio de uma nota técnica aprovada no último dia três de novembro. O documento foi encaminhado ao presidente do próprio colegiado e secretário municipal de Meio Ambiente, Paulo Barbosa, e ao presidente do Conselho e secretário de Estado de Meio Ambiente, Aladim Cerqueira, com pedidos para que os mesmos o compartilhassem com a secretaria e conselho municipais de Saúde, com o prefeito da capital, Luciano Rezende (PPS), e com os gestores da Vale. Estes, porém, ainda não se manifestaram.
“Correr no interior do Complexo Industrial de Tubarão é um atentado à saúde dos corredores; vamos proibir esta afronta a inteligência do cidadão, vemos muito bem claro o que está escrito por trás desta proposta”, argumentou o conselheiro Eraylton Moreschi Junior, que também é presidente da Juntos SOS ES Ambiental.
A ONG é autora de um processo ajuizado na Justiça Estadual, solicitando a proibição de quaisquer práticas esportivas dentro do Complexo de Tubarão, inclusive a 6º Corrida, marcada para o próximo dia quatro de dezembro. A solicitação foi aprovada pelo juiz Mario da Silva Nunes Neto no último dia 25 de outubro. O magistrado reafirmou sua decisão no dia seguinte, mas no dia 28, a desembargadora substituta Heloísa Cariello, no plantão do Judiciário, deferiu recurso da Vale. A nova defesa da SOS ainda não foi julgada e, por enquanto, o local da Corrida continua sendo o empoeirado parque fabril da poluidora Vale.