O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado denuncia que as macas sucateadas que estavam na unidade provisória do São Lucas, enquanto ele funcionava no Hospital da Polícia Militar (HPM), estão sendo transferidas para o novo pronto-socorro do hospital, reinaugurado nesta quarta-feira (30). Como a unidade está sendo gerida por uma organização social, não deveria utilizar materiais de outros hospitais, principalmente sucateados.
O uso de macas sucateadas no novo hospital se junta à denuncia de transferência de responsabilidade do governo para a iniciativa privada ao entregar a gestão de hospitais para organizações sociais (OSs), e transfere para as mãos dessas organizações o dever de fornecer saúde pública de qualidade.
Além disso, a entrega da gestão para organizações sociais acaba se tornando mais onerosa para o Estado, já que são inúmeros os aditivos pagos às entidades que administram os hospitais. No caso do hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra, em 2015, houve um gasto de aproximadamente R$ 186 milhões, enquanto o São Lucas, que é uma unidade de alta complexidade, gastou R$ 112 milhões.
O sindicato também aponta que corre nos bastidores a informação que o pronto-socorro do Hospital Infantil, em Vitória, será fechado e transferido para a estrutura do HPM em que funcionou o São Lucas. Esta estrutura já foi alvo de denúncias de precariedade física. O hospital está sem climatização, já que a estrutura elétrica não tolera os aparelhos de ar condicionado. Inclusive os técnicos já alertaram que a rede elétrica sobrecarregada está sujeita a incêndios.