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Pessoas com deficiência criticam acessibilidade da sede da Prefeitura de Vitória

Pessoas com deficiência criticaram a acessibilidade da sede Prefeitura de Vitória e da Câmara Municipal, em Bento Ferreira, durante a reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Acessibilidade, nesta segunda-feira (12), na sede do Legislativo municipal. “A Prefeitura que me desculpe, mas não tem acessibilidade. E a gente só vem à Câmara porque é abusado. A primeira coisa que faço quando chego aqui é dar uma canelada em um gelo baiano”, disse Reinaldo de Oliveira, representante do Instituto Braille. A frente é presidida pela vereadora Neuzinha de Oliveira (PSDB).
 
A reunião foi iniciada com uma apresentação do coordenador do Núcleo de Calçada Cidadã, Peterson Pimentel, das ações de acessibilidade da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec), à qual o núcleo é vinculado. Segundo Pimentel, a Prefeitura de Vitória tem 290 imóveis, dos quais 161 dispõem de calçada cidadã. As calçadas dos imóveis, 129, estão diagnosticadas e orçadas. Falta, segundo ele, verba para realizar as obras.
 
A representante do Movimento Paz no Espírito Santo (Mova), Luciana Alves, deficiente visual e terapeuta ocupacional concursada da Prefeitura de Vitória, também criticou a prefeitura. “O exemplo que vivo como servidora hoje é de total inacessibilidade. Na prefeitura, a gente fala, mas esquece das próprias pessoas da casa. Abre o concurso e coloca a pessoa com deficiência para fazer nada. Isso me chateia, não sou uma pessoa de fazer nada”.
 
Luciana contou que, em 2012, a prefeitura instalou projeto de prontuário eletrônico na prefeitura, mas não adaptado para os servidores com deficiência visual. “De 2012 para cá, não anoto nem o nome do paciente que eu atendo”, lamentou Luciana, que ficou até sem o seu “computador velhinho” no Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Outras Drogas (CapsAD) em que trabalha.
 
Luciana cobrou da Prefeitura de Vitória a capacitação de profissionais para lidar com pessoas com deficiência. E criticou a criação de núcleos – como Núcleo de Calçada Cidadã, criado em 2015 – para atender as demandas das pessoas com deficiência e pediu a criação de uma subsecretaria ou secretaria para o segmento. “Enquanto a Prefeitura de Vitória criar núcleos, vai trabalhar com o segmento e não com o todo. É preciso pensar em uma subsecretaria ou secretaria para pessoas com deficiência”.
 
Reinaldo endossou a sugestão de criação de secretaria específica. “A gente não precisa mais de lei, precisa de fiscalização”, complementou. E cobrou que a prefeitura cuide da acessibilidade das dependências da sede. “A Sedec só vai multar morador? Não vai chamar o prefeito para dizer que a prefeitura precisa de acessibilidade?”.
 
Luciana deu um exemplo prático: a rampa no interior da sede da prefeitura. Ela sugeriu que o local tenha um profissional capacitado para receber os deficientes visuais e apresentar o espaço para eles. “É ensinar a pessoa com deficiência visual a fazer um mapa na cabeça dele. O cego precisa ter esse mapa”.

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