A Prefeitura de Vitória realiza na tarde desta sexta-feira (16), no Tribunal de Contas do Estado (TCE), um evento para capacitação de acessibilidade em calçada e certificação em Calçada Cidadã. Para José Olympio Rangel Barreto, do Movimento Organizado de Valorização da Acessibilidade (Mova), a escolha do local do evento é inadequada. “Não deveria ser realizado em local inacessível. Como pode se promover um evento para pessoas com deficiência, em que a pessoa não tem acessibilidade?”, critica
Segundo ele, a rampa externa apresenta inclinação hostil para cadeirantes. “Nem eu, que tenho cadeira de rodas motorizada, consigo subir”, diz. Olympio entrou com uma ação no Ministério Público Estadual (MPES) requerendo transferência do evento para um local com plena acessibilidade. Ele reconhece a importância do evento para as pessoas com deficiência que circulam na capital, mas ressalva que o TCES apresenta problemas de acessibilidade.
O evento ocorre quatro dias após a reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Acessibilidade, da Câmara de Vitória, em que pessoas com deficiência fizeram duras críticas à acessibilidade da sede da Prefeitura de Vitória, em Bento Ferreira. A reunião recebeu uma apresentação do coordenador do Núcleo de Calçada Cidadã, Peterson Pimentel, das ações de acessibilidade da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec).
Na ocasião, a servidora da prefeitura e representante do Mova, Luciana Alves, deficiente visual, criticou a rampa do interior da prefeitura e sugeriu que o local tenha uma pessoa capacitada para apresentar o espaço a deficientes visuais. Foi sugerida ainda a criação de uma secretaria para a pessoa com deficiência.
As pessoas com deficiência moradoras de Vitória também estão insatisfeitas com o Porta a Porta, serviço municipal de oferta de transporte para pessoas com deficiência. Com frota deficitária e uma lista de cerca de 300 pessoas aguardando inscrição, o programa é alvo de críticas. Também em reunião da frente parlamentar, realizada em novembro, o secretário de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran), Oberacy Emmerich Júnior, se esquivou das críticas e não garantiu melhorias no serviço.
