Mais de um terço do plenário da Assembleia disputou a eleição deste ano em seus respectivos município, apenas três, porém, conseguiram se eleger – Guerino Zanon (PMDB), em Linhares; Edson Magalhães, em Guarapari; e Cacau Lorenzoni, em Marechal Floriano -, enquanto os demais analisam os efeitos de suas derrotas.
Para os meios políticos, o momento político para os deputados em 2018 não será tão favorável, principalmente para os chamados deputados escoteiros, que tem várias bases eleitorais em todo o Estado. A pulverização de candidaturas e o desgaste da classe política podem não ser favoráveis para quem não tem bases muito fortes e consolidadas.
Entre os que disputaram, o retrospecto foi ruim para Almir Vieira (PRP), que disputou em Anchieta. Ele teve apenas 163 votos no município e terminou em último na corrida eleitoral. Freitas (PSB) também terminou em último. A base é bem maior e o socialista já conquistou três eleições à Assembleia com votos da região. Mas o desempenho do atual prefeito Amadeu Boroto (PSB) acabou prejudicando o deputado.
Erick Musso (PMDB) teve uma derrota substancial em Aracruz, não pelo volume de votos, mas pelo peso de seu palanque, que conseguiu a incrível façanha de contar com a presença do governador Paulo Hartung (PMDB) e de seu desafeto político, o ex-governador Renato Casagrande (PSB). O processo eleitoral do município contou com muitas lideranças novas, mas a disputa eleitoral pode garantir a reeleição de Erick Musso, já que o eleitorado é grande.
Quem também tem dificuldade é Marcos Mansur (PSDB) , devido ao congestionamento de lideranças que deve disputar em sua base, Cachoeiro de Itapemirim. Além dele, devem disputar a reeleição Theodorico Ferraço (DEM) e Rodrigo Coelho (PDT), além do atual prefeito Carlos Casteglione (PT). Ferraço tem uma base forte, mesmo perdendo a eleição no sul, e Rodrigo tenta com um novo partido afastar o rótulo petista de sua trajetória.
A deputada Eliana Dadalto (PTC) disputou a eleição em Linhares e aumentou seu capital. O problema é a aproximação entre Luiz Durão (PDT) e o prefeito eleito Guerino Zanon (PMDB), de quem o suplente deve receber apoio para a Assembleia em 2018. Quem também aumentou seu capital com a disputa foi Marcos Bruno (Rede), mas pode ser lançado a deputado federal para atender o interesse do partido em conquistar cadeiras na Câmara dos Deputados.
Rafael Favatto (PEN) foi bem na eleição em Vila Velha e tem uma grande base em Paul, o que deixa sua vida bem confortável para 2018. O mesmo vale para Marcelo Santos (PMDB), em Cariacica, e Amaro Neto (SD), em Vitória.
Entre os chamados escoteiros, estão Luzia Toledo (PMDB), Josias Da Vitória (PDT) e Gilsinho Lopes (PR), que buscam apoios em vários municípios. Estes podem enfrentar diferentes lideranças políticas, o que dificulta suas movimentações para a reeleição.
Mas isso não significa que uma base única garanta reeleição. Dary Pagung (PRP) vai precisar da ajuda do prefeito reeleito de Baixo Guandu, Neto Barros (PCdoB), e de muita matemática para se reeleger. Gildevan Fernandes (PMDB) perdeu a disputa em Pinheiros, onde seu cunhado Tico Gagno (PMDB) não venceu a eleição municipal. Além disso, seu principal cabo eleitoral no norte do Estado, o prefeito de Conceição da Barra, Jorge Donati (PSDB), morreu e não estará com ele na campanha.
A deputada Raquel Lessa (SD) venceu na eleição municipal deste ano, apoiando a candidatura de sua aliada Céia Ferreira. Mas terá de enfrentar em 2018 o atual prefeito Henrique Vargas (PRP) e o ex-deputado Luiz Pereira (PP). Sandro Locutor (Pros) apoiou o prefeito de Cariacica, Juninho (PPS), e o prefeito de Viana, Gilson Daniel (PV), o que o beneficia na disputa à reeleição.
Os deputados Euclério Sampaio (PDT) e Sérgio Majeski (PSDB) são deputados que crescem no plenário graças às suas posturas independentes e de serem deputados defensores de causas. O primeiro a Terceira Ponte e o segundo a Educação. Padre Honório (PT) é outro que, embora seja escoteiro, tem um reduto eleitoral forte, com os pequenos agricultores e Movimento dos Sem Terras (MST).
Hércules Silveira (PMDB) tem eleitorado cativo e o apoio do prefeito eleito de Vila Velha, Max Filho (PSDB), a quem apoiou na eleição deste ano. Bruno Lamas (PSB) vai contar com o esforço do prefeito reeleito da Serra, Audifax Barcelos (Rede).
Hudson Leal (PTN), José Carlos Nunes (PT) e Janete de Sá (PMN) são deputados que representam categorias trabalhistas, o que pode lhes garantir um eleitorado consolidado.