Em nota, os ocupantes apontam que a saída é estratégica, já que, em razão do fim da greve dos docentes da Ufes e do início do recesso acadêmico, a universidade ficará esvaziada, o que colocaria em vulnerabilidade a segurança da ocupação.
Os ocupantes lembram que durante todo o período de ocupação tentaram negociar e não tiveram nenhuma resposta dos órgãos competentes quanto à possibilidade de retirar os documentos que, segundo eles, provam os crimes de desvio de dinheiro e corrupção que a antiga FCAA está envolvida, e colocar num local seguro, para transformar o espaço do prédio na moradia estudantil provisória.
Eles consideram que, apesar de não terem garantido a principal pauta de reivindicação, que é a moradia estudantil, conseguiram dar visibilidade ao abandono do prédio da antiga fundação – que tinha alimentos vencidos, computadores ligados há mais de dois anos, equipamentos se deteriorando, documentos importantes às traças – e chamar a atenção para o suposto desvio de R$ 30 milhões por parte de gestores da universidade, além de retomar o debate histórico sobre moradia estudantil que estava adormecido desde de 2012 com o movimento “Minha Ufes, Minha Casa”.
“Ter construído uma ocupação com o nome de ‘Quilombo Zacimba’, que era composta majoritariamente por estudantes negros, revela a importância de aquilombar o chão da Universidade, de denunciar o racismo institucional da Ufes que nos persegue e nos expulsa dos espaços, de revelar o quão segregador são os espaços acadêmicos, que exclui negros, cotistas e periféricos, e de perceber que a política de cotas não é efetiva, e que quando garante acesso, não garante a permanência desses estudantes”, diz a nota dos ocupantes.