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Governador sanciona lei sobre retorno de militares, mas abre brecha para cessão

O governador Paulo Hartung (PMDB) vetou parcialmente o texto do projeto aprovado pela Assembleia Legislativa no mês passado que obrigava o retorno às ruas dos policiais militares cedidos para outros Poderes. Foi retirado da Lei Complementar nº 845, publicada nesta quarta-feira (21), a proibição da realização de convênios para a cessão de militares da ativa para órgãos federais, estaduais e municipais. A modificação deve garantir a manutenção dos policiais que já atuam na escolta de autoridades ou cedidos para outros Poderes.

O veto parcial deverá ser submetido à Assembleia, que poderá confirmá-lo ou reintegrar ao texto da lei o artigo 3º, oriundo da emenda apresentada pelo deputado Euclério Sampaio (PDT). O restante do projeto aprovado foi mantido por Hartung, como a previsão de retorno ao policiamento ostensivo dos militares cedidos, sem convênio ou previsão expressa no quadro organizacional da corporação (Lei 3.196/1978), no prazo de até 60 dias.

A proposta foi protocolada na Assembleia em agosto de 2015, mas só foi votado este ano após o tema entrar na ordem do dia devido ao retorno de militares que estavam cedidos ao Legislativo. Em resposta, os deputados sacaram o projeto, inicialmente apontado como uma retaliação do governador ao antecessor, Renato Casagrande (PSB), que conta com a escolta de militares.

No entanto, a discussão recente do texto levantou a situação dos militares que atuam longe das ruas.  A Comissão de Finanças da Assembleia defendeu a aprovação do texto, questionando o secretário de Segurança, André Garcia, em relação ao quantitativo dos militares da ativa cedidos para órgãos da administração pública direta ou indireta das três esferas de governo e aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e Tribunal de Contas.

O deputado Gilsinho Lopes (PR) lembrou que desde 2003 há autoridades que têm escolta policial e questionou se esses dignitários cumprem as regras para a utilização do serviço, já que frequentam espaços públicos sem se importar com eventuais riscos à segurança.  Os principais alvos dos parlamentares foram o prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), e o juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos, que contariam com mais de uma dúzia de militares à sua disposição.

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