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Mais de 80 trabalhadores demitidos e duas Estações de Tratamento de Esgoto abandonadas na Serra

Oitenta e nove empregados, dos cerca de 200 que compõem o quadro de pessoal do Consórcio Serra Ambiental – terceirizado pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) através de Parceria Público Privada (PPP) – foram demitidos, segundo anunciou o próprio Consórcio nesta quarta-feira (21). Além disso, pelo menos duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) – Valparaíso e Laranjeiras – ficaram paralisadas por falta de trabalhadores.

Esses são alguns dos primeiros problemas denunciados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sindaema), gerados após a entrada da AEGEA Saneamento e Participações no serviço de esgotamento sanitário do município da Serra.  A Companhia, que venceu em novembro a licitação de Vila Velha, adquiriu, neste mês de dezembro, 40% das ações do consórcio serrano.

“É uma irresponsabilidade”, esbraveja o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado (Sindaema), Fábio Giori. “Demitir os empregados e deixar o serviço sem trabalhador, eu nunca vi na minha vida”, indigna-se. A entidade denunciou a situação à Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (ARSP), à Assembleia Legislativa, à Câmara da Serra e à Cesan.

“Tentamos insistentemente contato com a presidência da Cesan, porque nada disso deveria acontecer sem a supervisão da Companhia, mas ainda não conseguimos ser atendidos”, reclama o presidente sindical.  

A demissão trabalhadores aconteceu sem aviso prévio, após uma reunião com o corpo de funcionários do Consórcio. Pela manhã, foram demitidos 78 empregados, entre vistoriantes, operadores e ajudantes de operação de ETEs e auxiliares administrativos. À tarde, foi anunciada a demissão de pelo menos mais 36 empregados, na área de eletromecânica. “Quem vai pagar o pato por isso tudo são os trabalhadores e a população”, alerta Fábio.

Na mesma tarde, o Sindicato esteve reunido com a nova presidenta do Consórcio, oriunda da AEGEA. “Foi uma reunião frustrante”, sintetiza Nildo Mendonça, diretor do Sindaema e da CUT Estadual.

O diretor sindical teme que essa redução do quadro funcional comprometa a qualidade dos serviços, principalmente devido à temporada de chuvas que se inicia, afetando diretamente a população. Na reunião, apelou também para a situação dos trabalhadores, demitidos num momento político-econômico tão delicado em todo o País e às vésperas do Natal.

E não são somente os trabalhadores demitidos que ficam prejudicados. “Os que ficam ainda empregados não têm coragem de fazer um enfrentamento, fragilizando toda a atuação sindical”, avalia.

O Sindaema afirma que entrará com ação civil pública no Ministério Público do Trabalho – em recesso de fim de ano –, continuará a demandar a Assembleia e a Câmara Municipal, bem como a exigir posicionamento da Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo e da Cesan. 

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