Foram vistoriados cerca de dez pontos na comunidade, mas não foi possível detectar a origem do gás. “Nós estávamos quase sendo chamados de mentirosos”, protesta Herval Nogueira, liderança comunitária local e ativista da Rede Alerta Contra o Deserto Verde.
Somente ao final da ação, foi possível chegar a um antigo aterro da Aracruz Celulose, desativado há mais de dez anos. Por estar trancado, porém, não foi possível entrar e confirmar a suspeita.
O ambientalista conta que o aterro funcionou durante três décadas, recebendo baterias, cobre, geradores, cascas de eucalipto e resíduos químicos. E que em 2002, já desativado, o aterro foi alvo de uma matéria do Jornal do Brasil, que registrou os escapes de gás e o temor da comunidade pela contaminação do lençol freático do Rio Santa Joana, localizado às margens do aterro, e que abastece a população.
A área onde está o aterro, com cerca de cinco hectares, foi vendida pela Aracruz Celulose e os órgãos ambientais precisam descobrir quem pode autorizar a entrada no local para uma nova vistoria. De preferência, com vento sudoeste, para facilitar a detecção do gás.
Enquanto isso, Barra do Riacho continua envolta nessa nuvem de enxofre misteriosa, provocando sangramentos, dores de cabeça e febres nos mais sensíveis. Lideranças comunitárias já planejam acionar o Ministério Público.