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Barra do Riacho continua sem solução para cheiro de enxofre

O problema do forte cheiro de enxofre em Barra do Riacho, Aracruz (norte do Estado), que começou nessa segunda-feira (19), permanece sem solução. Por insistência das lideranças comunitárias, foi realizada uma segunda vistoria pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) na noite de quarta-feira (21), desta vez, com a participação também da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Aracruz Celulose (Fibria).
 
Foram vistoriados cerca de dez pontos na comunidade, mas não foi possível detectar a origem do gás. “Nós estávamos quase sendo chamados de mentirosos”, protesta Herval Nogueira, liderança comunitária local e ativista da Rede Alerta Contra o Deserto Verde.
 
Somente ao final da ação, foi possível chegar a um antigo aterro da Aracruz Celulose, desativado há mais de dez anos. Por estar trancado, porém, não foi possível entrar e confirmar a suspeita.
 
O ambientalista conta que o aterro funcionou durante três décadas, recebendo baterias, cobre, geradores, cascas de eucalipto e resíduos químicos. E que, em 2002, já desativado, foi alvo de uma matéria do Jornal do Brasil, que registrou os escapes de gás e o temor da comunidade pela contaminação do lençol freático do Rio Santa Joana, localizado às margens do aterro, e que abastece a população.
 
A área onde está o aterro, com cerca de cinco hectares, foi vendida pela Aracruz Celulose e os órgãos ambientais precisam descobrir quem pode autorizar a entrada no local para uma nova vistoria. De preferência, com vento sudoeste, para facilitar a detecção do gás.
 
Enquanto isso, Barra do Riacho continua envolta nessa nuvem de enxofre, que provoca sangramentos, dores de cabeça e febres nos moradores mais sensíveis. Lideranças comunitárias já planejam acionar o Ministério Público Estadual (MPES).

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