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Vila Velha quer o congo como patrimônio cultural imaterial, mas não valoriza um dos principais polos da manifestação

Que o congo é uma das manifestações mais representativas do povo capixaba quando se fala em cultura popular, é inegável. Basta uma observada nos festejos de final de ano, assim como nos eventos dos primeiros meses do calendário no Estado, que fica notável a quantidade de festa tradicionais levadas sob o ritmo do congo. De fato, o folclore capixaba carrega o congo entranhado em sua origem.

A partir desse reconhecimento, a Prefeitura de Vila Velha sinalizou neste mês de dezembro, a proposta de declarar a manifestação como patrimônio cultural imaterial da cidade. A proposta foi apresentada na última segunda-feira (19), em sessão na Câmara Municipal de Vila Velha, sob autoria do vereador Andinho Almeida (PV).

O projeto de Lei nº 1707/16 deverá seguir agora para a sanção do Poder Executivo e, se se bem sucedida, o congo será inserido no Livro de Registro de Celebrações e Folguedos.

Em registro feito na Câmara, Andinho Almeida destaca a importância do congo como uma manifestação que representa e conta a história do povo canela-verde, destacando Vila Velha como uma referência do congo no Estado, e cita a Barra do Jucu como responsável por isso. Contudo, especificamente na Barra do Jucu, o descontentamento de artistas, produtores culturais e moradores em relação à falta de visibilidade cultural no local tem sido cada vez mais perceptível.

Conhecido historicamente como um polo cultural, a Barra do Jucu nos dois últimos anos tem se movimentado de forma independente para fazer o bucólico vilarejo voltar aos poucos a ter a visibilidade de outros tempos. O incômodo de moradores e artistas locais com o descaso do poder público tomou forma em um movimento cultural, ambiental e político intitulado Culturada Viral. O movimento já realizou nesses tempos eventos importantes, que integram cultura, arte e meio ambiente.

Os eventos Culturada Viral e Juculturada Cidadã, além da criação do Museu Vivo da Barra do Jucu – estruturado de forma independente para ser uma casa de memória que concentra atividades de história e cultura do local – são conquistas inteiramente independentes e que partiram da comunidade em prol da valorização e fortalecimento das manifestações culturais de Vila Velha que resistem de forma autônoma, no intuito de criar agendas esportivas, culturais e ambientais na Barra do Jucu, fazendo, assim, o público se aproximar. De fato, estes objetivos deveriam partir da Prefeitura, em conjunto com artistas e moradores, o que não tem sido visto há dois anos. 

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