Além de ser diretor da Cooperativa de Consumo Virtual dos Bancários do Estado (Coopconbanef), quando recebeu o telegrama, Afrânio estava de licença médica em virtude de um problema de hérnia de disco.
“O direito do trabalhador foi desrespeitado duas vezes. Uma porque diretor de cooperativa, segundo a legislação, tem direito à estabilidade. E como se não bastasse isso, ainda o demitiram num momento em que ele estava ausente do trabalho por recomendação médica, para fazer tratamento de saúde”, diz o diretor do Sindibancários, Robson Gusmão.
A demissão ocorrida em julho trouxe prejuízos para a saúde do bancário. Ele perdeu o plano de saúde e não pôde fazer a operação na coluna. Afrânio também teve alguns dias de trabalho do início de julho descontados.
“Escaneei a documentação sobre a licença médica, enviei por e-mail ao banco, mas disseram que não receberam. Tive uma semana de trabalho descontada”, relata Afrânio.
Mais lucro
Segundo dados divulgados pelo Itaú, referentes ao terceiro trimestre de 2016, o lucro da instituição financeira continua alto, mas mesmo assim, o banco vem demitindo funcionários e fechando agências. De acordo com a instituição, nos nove primeiros meses de 2016, o lucro líquido recorrente foi de R$ 16,3 bilhões. Apesar da alta rentabilidade, o Itaú demitiu 2.753 empregados e fechou 207 agências nos últimos doze meses.