Em novembro, menos de dois anos depois de assumir o cargo, a delegada-chefe de Polícia Civil Gracimeri Gaviorno deixou o posto e foi substituída pelo delegado Guilherme Daré. Menos de dois meses depois, a mudança foi na Polícia Militar, com a saída do coronel Marcos Antonio Souza do Nascimento do comando da corporação para assumir o a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), no lugar do delegado José Monteiro. No comando da Polícia Militar assumirá o coronel Laércio Oliveira, atualmente comandante do Policiamento Ostensivo Metropolitano.
Para o Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol-ES), essa “dança das cadeiras” na cúpula da segurança pública não condiz com o momento de bonança na segurança, mas seguem a mesma linha de estados que estão em crise na área, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, por falta de investimentos na pasta e na valorização dos profissionais operadores de segurança pública.
A entidade aponta que as mudanças demonstram que existe algo errado dentro das agências de polícias ou na própria Sesp e ressalta que, enquanto o número de homicídios vem caindo há sete anos, crimes patrimoniais, como roubos, furtos e latrocínios registraram alta nos anos de 2014 e 2015.
Falta de investimentos
O Sindipol também criticou a saída do delegado José Monteiro Junior da Subsecretaria de Inteligência para assumir uma assessoria especial, coordenando o Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc). Para a entidade, a saída do delegado da subsecretaria enfraquece a instituição, já que a categoria perde uma posição estratégica na luta por melhores condições.
O quadro de Polícia Civil do Estado é de falta de investimentos, o que pode ser fatal para que os índices de homicídios não se mantenham em queda. Enquanto o governo não investe na polícia, a pauta de reivindicações dos policiais civis só cresce e a situação se agrava.
A Polícia Civil pode entrar em colapso em 2017, diante do reduzido grau de investimento, e o fundo poderia garantir que a instituição se mantivesse equipada, com viaturas funcionando.
Além do baixo investimento, a Polícia Civil também opera no Estado com baixo efetivo. Os policiais também estão sem reajuste anual linear, sem pagamento do contingenciamento, sem pagamento do precatório da trimestralidade, sem o direito reconhecido da promoção e sem o respeito às prerrogativas policiais, que são negadas ou ignoradas.
Também sofrem com a falta de efetivo e de investimento em recursos humanos e materiais, além da sobrecarga de trabalho aliada aos desvios e usurpação da função pública, o que pode provocar um colapso na instituição por conta do efetivo defasado.