Na página do Facebook, a advogada relata que cinco advogados ativistas foram acompanhar os detidos na 1ª Delegacia Regional de Vitória. Eles permaneceram cerca de quatro horas no “cofre” da viatura, algemados pelos pés, sendo que três deles, incluindo um adolescente, foram fotografados por policiais militares e tiveram as fotos enviadas pelos policiais por Whatsapp para outras pessoas – segundo o relato da advogada, os policiais, quando questionados, disseram ser procedimento da inteligência e que o whatsapp fazia parte da operação.
Thayla ressalta que os advogados tentaram conversar com os detidos nas viaturas, nas o acesso foi impedido pelos policiais, que lacraram ainda mais os veículos, dificultando a circulação de ar.
Todo o procedimento adotado pela Polícia Militar, a advogada continuou, demonstrou que não se tratava de uma simples ocorrência, mas de uma operação estruturada e organizada previamente. Segundo Thayla, os policiais poderiam, até mesmo, estar fotografando pessoas que participaram do protesto para futura identificação, já que foram fotografadas tatuagens de um dos detidos.
Quanto ao atendimento na Polícia Civil, a advogada destacou a diferença em relação ao tratamento dado pela Militar. Embora o delegado e plantão e a equipe tivesse sido atenciosa, a estrutura na unidade era precária. Thayla apontou que os detidos são mantidos em uma sala pequena e ficam todos juntos e não há lugar para manter os adolescentes. A sala das mulheres não tem luz.
Ela relatou o que já vem sendo denunciado sistematicamente pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol-ES). Na 1ª Delegacia Regional os próprios policiais precisam levar água, café e cafeteira, por exemplo, de casa. Aos detidos fica reservada a água da torneira, já que a que os policiais levam mal dá para atendê-los.
Os detidos no protesto só foram liberados depois de serem ouvidos pelos policiais civis por volta de 4 horas de quinta-feira (5). Em princípio não responderão a nenhum crime ou infração referentes ao protesto.