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Cercada por alguns dos maiores empreendimentos industriais do Espírito Santo – Aracruz Celulose (Fibria), Jurong, Imetame e seus portos –, a comunidade de Barra do Riacho possui também um dos maiores índices de desemprego, que atinge cerca de 70% de sua população economicamente ativa (são cerca de 12 mil habitantes no total).

A esdrúxula e injusta situação tem revoltado os moradores, que, cansados de serem ignorados pelas gigantes empresas, tiveram de recorrer às autoridades municipais, estaduais e federais: governo estadual, Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores e Prefeitura de Aracruz, Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Defensoria Pública Estadual, Ministérios Públicos Estadual e Federal.

As Associações de Moradores de Barra do Riacho, Vila do Riacho e Barra do Sahy, além das aldeias indígenas de Pau Brasil, Córrego do Ouro e Comboios, enviaram, nos últimos dias, notificações sobre sua indignação ante o descaso das empresas, alertando sobre possíveis protestos que podem ocorrer na região, não por parte das lideranças comunitárias, mas por parte dos moradores, já desesperados devido ao silêncio imoral dos empreendedores.

A única resposta veio do 5º Batalhão da Polícia Militar que, em apoio aos apelos populares, convocou uma reunião de mediação entre os representantes das comunidades, da Jurong e de órgãos públicos, para as 10h00 desta quarta-feira (11).

A coordenadora de Emprego e Meio Ambiente da Associação Comunitária de Barra do Riacho, Joice Lopes Miranda, afirma que a Jurong não cumpriu as condicionantes do licenciamento ambiental relativas à realização de benfeitorias na comunidade, recuperação da estrada e contratação de mão de obra local.

“Não cumpriu nada”, diz em tom de revolta. “São 45 ônibus de trabalhadores vindos de fora e, daqui de Barra do Riacho, só sai uma Kombi”, compara Joice, dizendo circularem, dentro do distrito, cerca de duas mil pessoas de outras localidades, contratadas para trabalhar no estaleiro. 

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