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Ufes aguarda dados do Iema para lançar aplicativo sobre poluição do ar

O aplicativo está em fase final de desenvolvimento e será apresentado no início de fevereiro, mas, ao que tudo indica, com dados fictícios, pois os dados reais ainda não foram disponibilizados pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

A parceria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com o órgão foi firmada em julho de 2016, e até agora, a questão não se resolveu. O Iema afirma que os dados devem ser disponibilizados pela empresa Ecosoft, que, por sua vez, alega “dificuldades técnicas” para liberar os dados brutos.

“Deveria haver uma transparência dos dados para a população”, pondera a professora do Departamento de Engenharia Ambiental da Ufes Jane Meri Santos. “Queremos divulgar os dados do controle ambiental e dar, à população, uma indicação sobre o que aqueles números podem significar com relação à saúde”, explica a professora.

O aplicativo estará disponível a qualquer pessoa que tenha um smartphone, para que possa acessar, em tempo real, as condições do ar na Grande Vitória. Os locais contemplados no projeto são: Cidade Continental, Laranjeiras e Carapina, na Serra; Jardim Camburi, Enseada do Suá e Centro, em Vitória; Ibes e Centro de Vila Velha; e uma em Cariacica.

Idealizadora do projeto (http://infoar.ufes.br/), Jane se inspirou em uma ferramenta semelhante que conheceu durante uma visita à cidade de Londres. Ao compartilhar seu desejo com o colega da Elétrica Teodiano Freire Bastos, o professor ofereceu a oportunidade aos alunos e quem topou a empreitada foi a Mayara Nascimento de Oliveira, que fez dele o tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso.

A Juntos SOS ES Ambiental se somou aos esforços da universidade em obter os dados negados pelo Iema e a Ecosoft e irá protocolar, junto ao Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), um pedido de liberação das informações, fundamentando-se no regimento interno do colegiado. “Também vamos solicitar que a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa interceda, dentro do que prevê o relatório final da CPI, sobre disponibilizar informação para o cidadão sobre a qualidade do ar just in time”, relata o presidente da ONG, Eraylton Moreschi Junior.

Segundo divulgado pelo jornalista Sérgio Abranches em seu blog Ecopolítica (http://www.ecopolitica.com.br/2015/09/24/e-possivel-monitorar-a-qualidade-do-ar-no-mundo-em-tempo-real/), uma ONG chinesa tem disseminado tecnologia semelhante a desenvolvida pela Ufes em vários países, em todos os continentes do globo (http://waqi.info/). No Brasil, somente a cidade de São Paulo aderiu, com três pontos de monitoramento pela população. 

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