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Com aumento, Luciano vira as costas para os mais pobres e consolida uma das piores gestões do transporte público

Com o aumento de R$ 2,70 para R$ 3,15 na tarifa do sistema de transporte de Vitória, reajuste de 16,6% autorizado após reunião do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (Comuttran), nesta quinta-feira (12), o prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS) consolidou uma das mais desastrosas gestões do transporte público da capital capixaba. 
 
Desde 2015, o prefeito coleciona retrocessos na área de mobilidade urbana. Hoje, o sistema na capital capixaba é uma mistura de demora e superlotação, às quais agora se soma a tarifa escorchante. Com o ato, Luciano Rezende consolida, também, uma política de aumento de lucro das empresas concessionárias ao sacrifício dos usuários.
 
O aumento, que começa a operar na próxima segunda-feira (16), acontece menos de duas semanas após o governo Paulo Hartung (PMDB) ter autorizado um reajuste de R$ 0,45 na tarifa do Sistema Transcol, que foi de R$ 2,75 para R$ 3,20. Já o seletivo de Vitória pulou de R$ 3 para R$ 4. 
 
A gestão Luciano Rezende na área de mobilidade urbana é uma combinação de mesmice, improviso e retrocesso. Foi eleito e, agora, reeleito sem qualquer ideia de remodelação do modelo de mobilidade da capital. Durante a campanha de 2016, lamuriou em mais de uma ocasião que o sistema em Vitória é insustentável. Defende, desde então, a integração com o Transcol, o sistema de transporte metropolitano, para o qual, em que pese todas as promessas, há impedimentos jurídicos.
 
É sofrível a declaração do secretário municipal de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória (Setran), Oberacy Emmerich Júnior, de que “a proximidade com o valor da tarifa do Transcol, que passou a custar R$ 3,20, irá facilidade a integração futura dos sistemas”, segundo consta no site da Prefeitura de Vitória. Oberacy integra a longa lista de chefes da pasta na gestão Luciano Rezende com eminente inaptidão para gerir a área de mobilidade de Vitória. 
 
O apelo proferido por padre Kélder Brandão, pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo, na Grande São Pedro, durante a posse de Luciano Rezende, dia 1°, para um governo pelos mais pobres, são ecoou nos ouvidos do prefeito reeleito. “E é olhando com carinho, com zelo, com respeito para esse povo, que se mantém uma cidade funcionando, que uma administração pode ter êxito, pode ter sucesso”, disse o pároco. 
 
O segundo mandato de Luciano Rezende apenas engatinha e o prefeito já virou as costas para a população de baixa renda da cidade, justamente aquela que será vergastada pelo reajuste concedido nesta quinta-feira. Luciano não foi reeleito com os votos da região da Grande São Pedro e demais áreas carentes da capital. Deveria, portanto, fazer-lhes um gesto de humildade e reconhecimento dos erros e equívocos cometidos no primeiro mandato.
 
Um destes foi o projeto Integra Vitória, que quase lhe custou a reeleição. Adornado pelo discurso modernizador da integração do sistema municipal, o projeto foi antes um esforço de redução dos gastos das empresas concessionárias implantando sem diálogo com os usuários e sem apresentar justificativas técnicas e econômicas. As ruas da cidade foram tomadas por protestos e o projeto sobreviveu por apenas duas semanas: começou a operar em 3 de outubro de 2015 e foi cancelado no dia 15. Luciano Rezende passou 12 dias sob uma borrasca de críticas contra o Integra Vitória.
 
Seis meses depois, em março, moradores voltaram às ruas após prefeitura e concessionárias adotarem ações de redução de frota, que redundou em superlotação e viagens demoradas. A intenção das empresas, com conivência da Setran, era preservar a programação de horários vigente em período de férias. A população, mais uma vez, se revoltou e conseguiu barrar a tentativa.
 
Luciano Rezende foi reeleito com platitudes na área de transporte público: “Atuaremos junto ao sistema de transporte coletivo metropolitano, buscando a integração de projetos e obras do sistema viário, bem como a integração tarifária já iniciada”. Como buscar isso se a integração com o sistema de Vitória não estava prevista na licitação do Transcol? Daí não só o impasse jurídico da ideia, como também a pobreza das propostas de Luciano. 

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